O resultado do leilão para concessão das estradas federais é mais uma prova de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um homem de muita sorte. Ao contrário do que supunham os tucanos, o leilão foi um sucesso e resultou em uma tarifa de pedágio em média muito mais barata do que as cobradas em São Paulo, onde o PSDB reina há mais de três gestões, e nas rodovia federais privatizadas durante a gestão Fernando Henrique.
Antes que acusem este blog de comparar melancia com laranja, vamos esclarecer que são dois modelos diferentes. No petista, o concessionário não paga pela concessão, apenas pela manutenção da estrada. Funciona assim: a empresa vencedora deixa a estrada nos trinques e recebe a receita dos pedágios para tal tarefa, lucrando com a diferença entre o serviço prestado e o total arrecadado. No modelo tucano, o concessionário paga para manter a estrada e um adicional para o governo construir novas rodovias e/ou ferrovias e portos. Lucra do mesmo jeito, porque o adicional é repassado para o usuário.
Tudo somado, no modelo lulista, o usuário paga barato, mas o governo não leva nada para casa. No tucano, o motorista sente no bolso o peso do pedágio, mas está pagando pelo que usa e pelo que virá por aí.
O argumento tucano para criticar o modelo lulista é capenga: o governo do PT estaria "subsidiando" os motoristas, gente que tem carro e, portanto, renda, para passear pelo país. Bullshit, como diriam os americanos, porque quase todo o transporte de cargas – alimentos, inclusive –, passa pelas rodovias, afetando o preço do frete. Pedágio mais barato significa comida mais barata, para dizer o mínimo.
Na verdade, o leilão acabou trazendo uma enorme dor de cabeça para o PSDB, que terá que explicar como pode um pedágio (São Paulo-Guarujá) custar meros 842% a mais do que o trecho São Paulo-Belo Horizonte-São Paulo. Sim, leitor, são 842% e não 84,2% ou 8,42%. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Em números grosseiros, o pedágio de Lula vai custar R$ 2 por 100 quilômetros, ao passo que o de Serra (ok, de Alckmin e Covas) custa R$ 11. Onze contra dois na mão do presidente Lula é mais do que uma goleada. É um massacre.
Pelo que saiu na mídia, Serra sentiu o golpe porque não esperava o sucesso do leilão. Os tucanos achavam que só "aventureiros" topariam a taxa de retorno calculada pelo governo. Porém, não foram os aventureiros que levaram os trechos, mas grandes grupos multinacionais, deixando, com o perdão da má imagem, os tucanos com a bunda na janela. Afinal, uma coisa é dizer que o modelo é diferente e permite uma certa diferença no preço final do pedágio; outra, bem diferente, é tentar explicar racionalmente uma conta de 800% sem que o povo paulista consiga enxergar as tais obras para os novos benefícios que a diferença deveria trazer.
Até na hora de "privatizar", Lula tem muita sorte: em uma campanha eleitoral, o povão vai entender a coisa toda assim: o pedágio do Lula custa R$ 2, o do Serra custa R$ 11. E os nove reais de diferença vão custar caro, muito caro, ao tucanato.
Antes que acusem este blog de comparar melancia com laranja, vamos esclarecer que são dois modelos diferentes. No petista, o concessionário não paga pela concessão, apenas pela manutenção da estrada. Funciona assim: a empresa vencedora deixa a estrada nos trinques e recebe a receita dos pedágios para tal tarefa, lucrando com a diferença entre o serviço prestado e o total arrecadado. No modelo tucano, o concessionário paga para manter a estrada e um adicional para o governo construir novas rodovias e/ou ferrovias e portos. Lucra do mesmo jeito, porque o adicional é repassado para o usuário.
Tudo somado, no modelo lulista, o usuário paga barato, mas o governo não leva nada para casa. No tucano, o motorista sente no bolso o peso do pedágio, mas está pagando pelo que usa e pelo que virá por aí.
O argumento tucano para criticar o modelo lulista é capenga: o governo do PT estaria "subsidiando" os motoristas, gente que tem carro e, portanto, renda, para passear pelo país. Bullshit, como diriam os americanos, porque quase todo o transporte de cargas – alimentos, inclusive –, passa pelas rodovias, afetando o preço do frete. Pedágio mais barato significa comida mais barata, para dizer o mínimo.
Na verdade, o leilão acabou trazendo uma enorme dor de cabeça para o PSDB, que terá que explicar como pode um pedágio (São Paulo-Guarujá) custar meros 842% a mais do que o trecho São Paulo-Belo Horizonte-São Paulo. Sim, leitor, são 842% e não 84,2% ou 8,42%. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Em números grosseiros, o pedágio de Lula vai custar R$ 2 por 100 quilômetros, ao passo que o de Serra (ok, de Alckmin e Covas) custa R$ 11. Onze contra dois na mão do presidente Lula é mais do que uma goleada. É um massacre.
Pelo que saiu na mídia, Serra sentiu o golpe porque não esperava o sucesso do leilão. Os tucanos achavam que só "aventureiros" topariam a taxa de retorno calculada pelo governo. Porém, não foram os aventureiros que levaram os trechos, mas grandes grupos multinacionais, deixando, com o perdão da má imagem, os tucanos com a bunda na janela. Afinal, uma coisa é dizer que o modelo é diferente e permite uma certa diferença no preço final do pedágio; outra, bem diferente, é tentar explicar racionalmente uma conta de 800% sem que o povo paulista consiga enxergar as tais obras para os novos benefícios que a diferença deveria trazer.
Até na hora de "privatizar", Lula tem muita sorte: em uma campanha eleitoral, o povão vai entender a coisa toda assim: o pedágio do Lula custa R$ 2, o do Serra custa R$ 11. E os nove reais de diferença vão custar caro, muito caro, ao tucanato.
A diferença não é só pelo fato do leilão tucano ser pelo maior lance e o de Lula ser pela menor tarifa. No caso de FHC, houve leilões em que a taxa de retorno calculada foi de até 24% ao ano (!), segundo um ministro do TCU.
ResponderExcluirOu o Lula é milagreiro ou o PSDB/DEM é incompetente ou usaram de má fé.
ResponderExcluirBasta comparar uma por uma das tomadas de decisões dos dois governos, sendo que nos governos PSDB/DEM, sempre prevaleceu o lucro fácil dos empresários em detrimento do tesouro público.
Quem realmente lucrou com as privatizações?