Pular para o conteúdo principal

Burrice sem limites

Quem acompanha estas Entrelinhas sabe que o autor das mal traçadas tem um tremendo orgulho de ser sãopaulino. Também é verdade que o Brasil hoje se divide entre os que torcem para o tricolor do Morumbi e os que secam o virtual pentacampeão brasileiro. Tudo isto não impede que até os secadores reconheçam que Dunga, atual técnico da seleção brasileira, comete uma grande asneira ao deixar de fora do grupo que vai disputar as eliminatórias da Copa o goleiro Rogério Ceni, melhor jogador em atividade no país.

Ontem, Dunga tentou explicar o seu ponto de vista: "É o maior ídolo do Brasil. Mas ele já disse que não sabe se vai jogar daqui a dois anos. A gente sabe que se ele jogar na seleção, vai bem. Mas eu preciso preparar jogadores para estarem com condições de serem titulares na Copa do Mundo de 2010", afirmou, referindo-se a Rogério. Então estamos conversados: o treinador está "preparando" Gilberto Silva (31 anos hoje) e os craques Afonso e Fernando para 2010.

Desse jeito dá vontade de torcer contra a seleção só para o treinador cair logo e alguém de bom senso assumir o comando e convocar imediatamente quem de fato merece vestir as amarelinhas. Ou então imitar o João Dória Jr. (por onde anda o rapaz?) e criar o movimento Cansei do Dunga!

Comentários

  1. Ê sabe que você daria um bom comentarista esportivo....Devia escrever sobre futebol toda semana...
    A propósito, também acho que o Dunga tem que cair. Não faltam motivos, além do que vc listou. Embora eu concorde com você sobre o Rogério Ceni, acho que esse não é a pior coisa do Dunga. O pior é o esquema que ele arma. Isso para não falar do figurino...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...