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O presidente Jair Bolsonaro conseguiu atingir uma popularidade que lhe garante uma reeleição fácil, talvez já no primeiro turno, se conseguir manter a aprovação de 40% aferida pelo Ibope nesta semana até 2022. O presidente segue forte, embora com muita confusão em seu governo. Mas tem sido assim desde o início, ao que parece as crises só o fortalecem, é a dinâmica do casos permanente como forma de governo.
Ao mesmo tempo, teve início domingo, 27/9, a corrida eleitoral sem que o presidente tenha candidatos claros em qualquer das capitais importantes dos estados. Em São Paulo, Celso Russomano, líder nas primeiras pesquisas, como sempre, por sinal, seria o candidato com discreto apoio de Bolsonaro, que tem por sinal rejeição mais alta que a média entre os paulistas. Na disputa pelo voto conservador também estão Arthur do Val, o Mamãe Falei, e Joice Hasselman, pelo PSL. Até mesmo o socialista Márcio França tenta colher este tipo de voto.
Este fracionamento de candidaturas com perfil semelhante se repete nas principais capitais e é fruto também da nova legislação eleitoral, que procura valorizar as chapas puras em detrimento das coligações e alianças entre partidos.
No campo da esquerda, vale ressaltar a fragilidade do principal partido de oposição: o PT não lançou nenhum nome realmente forte em qualquer lugar, o que de mais competitivo há é em Porto Alegre, onde o partido é vice do PcdoB de Manuela Dávila. Benedita da Silva, no Rio de Janeiro, e Jilmar Tatto, em São Paulo, são apostas fracas, na capital paulista o PSOL de Guilherme Boulos está muito à frente do partido de Lula, que aposta na entrada do presidente na campanha para crescer.
Jornalistas e cientistas políticos gostam de ver as eleições municipais como uma espécie de prévia para as gerais de dois anos depois, mas desta vez elas sejam só eleições locais mesmo, já que nem a oposições vem com nomes fortes, nem o governo aposta em candidaturas próprias relevantes, aliás, vale lembrar que Bolsonaro neste momento não está filiado a partido algum.
É claro que quando os resultdos estiverem disponíveis, vai dar para se ter uma boa amostra do humor dos brasileiros em tempos de pandemia. Foi um ano atípico e provavelmente a eleição também será atípica, com muita abstenção, por exemplo. Os resultados deverão ser lidos por todos com alguma cautela, mas sem dúvida vão apontar tendências. Será interessante ver a influência do auxílio emergencial no Nordestes, se vai se transformar em voto para candidatos alinhados com o governo ou não. E, por fim, é preciso acompanhar a movimentação do presidente, em especial no segundo turno, quando provavelmente se manifestará a favor das candidaturas conservadoras. (por Luiz Antonio Magalhães em 27/9/20)
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