Matéria do jornal O Estado de São Paulo sobre deal da IG4 Capital, cliente da LAM Comunicação, agência deste blogueiro, revela os bastidores da negociação e o futuro da Graña y Monteiro. Vale a leitura, íntegra abaixo.
IG4 fará agora uma oferta pública de aquisição de ações que estão nas mãos de minoritários; fundo quer ser a "CCR dos Andes"
Renée Pereira, O Estado de S.Paulo
A gestora brasileira IG4, especializada na recuperação de empresas em dificuldades financeiras, fará uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para comprar a participação dos acionistas minoritários do grupo peruano Graña y Montero (G&M). Na quarta-feira, 27, o fundo anunciou acordo para adquirir 25% da companhia latina de construção e infraestrutura. Os números do negócio, que ainda depende de autorizações de órgãos de controle do País, não foram informados, mas o valor de mercado da G&M na Bolsa está em torno de US$ 300 milhões.
O Estado apurou que a IG4 pretende adotar a mesma estratégia da CAB Ambiental, controlada pela Galvão Engenharia, envolvida na Operação Lava Jato. No auge do escândalo de corrupção, sob risco de perder contratos, a empresa de saneamento foi comprada pela IG4, que fez um trabalho de recuperação da atividade e reposicionamento da marca. A CAB então se transformou em Iguá Saneamento.
Sob gestão da IG4, de Paulo Mattos, a Iguá conseguiu melhorar seus indicadores: a receita líquida subiu quase 30% e a geração de caixa cresceu. Na G&M, o objetivo é vender a parte relacionada a construção e se concentrar nos serviços de infraestrutura, que respondem por 80% do Ebtida ( lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
A empresa peruana, que tem ações listadas na Bolsa de Nova York e em Lima, controla a Linha 1 do Metrô de Lima, três rodovias com mais 1 mil quilômetros de extensão, uma operação de exploração e produção de petróleo, uma planta de processamento de gás natural e uma unidade de tratamento de água que atende 2,6 milhões de pessoas.
O faturamento do conglomerado está em torno de US$ 1,2 bilhão (R$ 5 bilhões) e Ebitda de US$ 165 milhões (R$ 700 milhões). Com a aquisição, o objetivo, diz uma pessoa próxima à IG4, é se tornar um tipo de “CCR dos Andes”. Isso porque a G&M tem negócios na Colômbia e no Chile.
O grupo peruano foi afetado pelo escândalo da Lava Jato no Peru e entrou em crise financeira, assim como ocorreu com várias construtoras brasileiras. Segundo comunicado, “caso a operação de aquisição das ações da G&M seja concluída pela IG4 Capital, a empresa poderá ter troca de controle e passar por processo de reestruturação financeira e operacional.
A gestora brasileira detém dois fundos de investimentos. O primeiro está inteiramente investido na Iguá Saneamento. O segundo tem US$ 230 milhões disponíveis para novos investimentos, sendo que mais US$ 170 milhões deverão entrar na carteira para completar a captação de US$ 400 milhões até o fim de dezembro. No total, o IG4 têm US$ 550 milhões sob gestão.
Além de Iguá, a gestora tem a Opy Health – divisão de saúde da IG4. O fundo é dono do Hospital Novo Metropolitano, de Belo Horizonte, que pertencia à Andrade Gutierrez, com 440 leitos. Agora, está prestes a concluir a compra da unidade que pertencia à gigante de energia Abengoa, em Manaus. O hospital tem 380 leitos.
IG4 fará agora uma oferta pública de aquisição de ações que estão nas mãos de minoritários; fundo quer ser a "CCR dos Andes"
Renée Pereira, O Estado de S.Paulo
A gestora brasileira IG4, especializada na recuperação de empresas em dificuldades financeiras, fará uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para comprar a participação dos acionistas minoritários do grupo peruano Graña y Montero (G&M). Na quarta-feira, 27, o fundo anunciou acordo para adquirir 25% da companhia latina de construção e infraestrutura. Os números do negócio, que ainda depende de autorizações de órgãos de controle do País, não foram informados, mas o valor de mercado da G&M na Bolsa está em torno de US$ 300 milhões.
O Estado apurou que a IG4 pretende adotar a mesma estratégia da CAB Ambiental, controlada pela Galvão Engenharia, envolvida na Operação Lava Jato. No auge do escândalo de corrupção, sob risco de perder contratos, a empresa de saneamento foi comprada pela IG4, que fez um trabalho de recuperação da atividade e reposicionamento da marca. A CAB então se transformou em Iguá Saneamento.
Sob gestão da IG4, de Paulo Mattos, a Iguá conseguiu melhorar seus indicadores: a receita líquida subiu quase 30% e a geração de caixa cresceu. Na G&M, o objetivo é vender a parte relacionada a construção e se concentrar nos serviços de infraestrutura, que respondem por 80% do Ebtida ( lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
A empresa peruana, que tem ações listadas na Bolsa de Nova York e em Lima, controla a Linha 1 do Metrô de Lima, três rodovias com mais 1 mil quilômetros de extensão, uma operação de exploração e produção de petróleo, uma planta de processamento de gás natural e uma unidade de tratamento de água que atende 2,6 milhões de pessoas.
O faturamento do conglomerado está em torno de US$ 1,2 bilhão (R$ 5 bilhões) e Ebitda de US$ 165 milhões (R$ 700 milhões). Com a aquisição, o objetivo, diz uma pessoa próxima à IG4, é se tornar um tipo de “CCR dos Andes”. Isso porque a G&M tem negócios na Colômbia e no Chile.
O grupo peruano foi afetado pelo escândalo da Lava Jato no Peru e entrou em crise financeira, assim como ocorreu com várias construtoras brasileiras. Segundo comunicado, “caso a operação de aquisição das ações da G&M seja concluída pela IG4 Capital, a empresa poderá ter troca de controle e passar por processo de reestruturação financeira e operacional.
A gestora brasileira detém dois fundos de investimentos. O primeiro está inteiramente investido na Iguá Saneamento. O segundo tem US$ 230 milhões disponíveis para novos investimentos, sendo que mais US$ 170 milhões deverão entrar na carteira para completar a captação de US$ 400 milhões até o fim de dezembro. No total, o IG4 têm US$ 550 milhões sob gestão.
Além de Iguá, a gestora tem a Opy Health – divisão de saúde da IG4. O fundo é dono do Hospital Novo Metropolitano, de Belo Horizonte, que pertencia à Andrade Gutierrez, com 440 leitos. Agora, está prestes a concluir a compra da unidade que pertencia à gigante de energia Abengoa, em Manaus. O hospital tem 380 leitos.
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