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Maia no BJ: Brasil precisa de “menos espuma, menos marola, mais união”

Rodrigo Maia é considerado por muitos analistas o real fiador da República no momento e o homem que está de fato governando o país. Perguntado sobre os comentários do Ministro Paulo Guedes sobre o AI-5 e se havia perigo de contágio da instabilidade na América Latina. A uma plateia de empresários e investidores — no aniversário de 10 anos do Banco BR Partners — ele disse o seguinte: “Eu fico preocupado que esse Governo e o ex-presidente [Lula] ficam estimulando as pessoas a participar de mobilização de rua. Está parecendo haver um interesse desse ambiente polarizado em construir uma guerra campal, em vez de construir um ambiente para disputas eleitorais futuras para 2020 e 2022. Eu acho que essas frases não ajudam, não tem relação de uma coisa com a outra. O que um manifestante na rua tem a ver com o AI-5? Põe 10 mil manifestantes e fala ‘vamo fechar o Congresso’ porque tem 10 mil na rua? Eu não entendo a conexão e a relevância de se tratar de um tema que vai afugentar investimentos do Brasil. Eu acho que foi um momento falho do Ministro, mas o que mais me preocupa é não ficar estimulando. O País está tentando sair da crise, e com o apoio muito grande do Ministro Paulo Guedes, que tem sido fundamental. Na reforma da Previdência, o Parlamento assumiu a responsabilidade, mas sem o Ministro Paulo Guedes ela não teria sido aprovada. Não quero aqui fazer críticas ao que ele falou, porque também... todos nós erramos. Eu acho que temos que concentrar esforços no que é decisivo. Nessa situação, é muito sensível. Vocês viram o que aconteceu com o câmbio. (…)
Nós já vivemos uma crise em 2013; não precisamos de outra. Até porque eu acho que o Brasil está começando a trilhar o caminho correto e o que a gente precisa é menos espuma, menos marola e mais união entre o Poder Executivo e o Legislativo para aprovar as matérias que interessam ao País e o Governo colocar em prática na sua execução.”
Maia, que ainda terá um ano à frente da Presidência da Câmara, também foi perguntado se há chance de prosperar um projeto permitindo sua reeleição.
“Eu sou um de 513 [deputados],” disse. “A hipótese é nenhuma, porque se eu defendo a democracia no País, eu tenho que defender a democracia e a alternância do Poder também na Câmara dos Deputados.”
Texto de Geraldo Samor, publicado no Brazil Journal em 28/11;



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