Pular para o conteúdo principal

Tucano lança candidatura do Henrique
Meirelles pelo PMDB. Será que ele aceita?

O que vai abaixo é um post do blog de Jorge Cunha Lima, ex-presidente da TV Cultura e um tucano de carteirinha. Não deixa de ser irônico que venha de um militante do PSDB o "lançamento", meio eufórico, até, do ex-tucano Henrique Meirelles à presidência da República. Guardadas as devidas proporções, este blog acha que Meirelles como candidato pode repetir o fiasco de Aureliano Chaves em 1989. É um nome aparentemente forte (Aureliano também era) e preparado (idem para Aureliano), ocupou cargo de relevância na administração pública (Aureliano foi vice-presidente), mas com um grande problema: ruim de política (a rigor, Aureliano era horrível, conseguiu "passar" uma pergunta em debate na televisão).

Ademais, é difícil acreditar que alguém com a marca de "banqueiro" possa vir a ocupar a presidência, ainda que Meirelles tenha a seu favor o fato de, em um passado longínquo, ter sido bancário e office boy. No fundo, pode mesmo ser uma jogada de Lula para dividir o eleitorado conservador e tirar votos de José Serra, abrindo caminho para que Dilma, mesmo com uma votação na casa dos 25%, passe para o segundo turno. O caráter da eleição presidencial de 2010 está mudando muito rapidamente, é possível que de uma eleição plebiscitária a disputa se transforme em um jogo de xadrez com muitas peças. Abaixo, o post de Cunha Lima.

MEIRELLES, CANDIDATO À PRESIDÊNCIA
Já havia previsto que se Meirelles entrasse para o PMDB não seria para ser Senador, Vice de ninguém e muito menos candidato a Governador de Goiás.
Meirelles sente-se preparado para ser Presidente da República, depois do sucesso da política financeira que capitaneou dentro do governo Lula, e porque a vontade de ser presidente é uma constante no desejo de qualquer brasileiro bem sucedido.
A candidatura de Dilma ainda não acabou, mas também não decolou. Heloisa Helena não vai perder a tribuna de senadora. Seu público apoiará a Marina. O PMDB detesta freqüentar palanques, apenas por princípio. O palanque, para eles, é uma perspectiva de poder ou de barganha. Com Dilma debilitada, Ciro crescendo e Serra na liderança, uma candidatura forte pode até mesmo atrair as atenções de Lula. Ninguém melhor do que o seu presidente do Banco Central, que lhe deve, para a vida, a revelação como homem público. Quem estranhar que Lula estaria apoiando um banqueiro pode também se lembrar de que Meirelles foi Office Boy do Bankboston e depois, de estudos politécnicos e uma longa carreira de bancário, alçou-se presidente internacional do banco multinacional, honraria só concedida a Meirelles, porque o Federal Research americano fez uma exceção para que um estrangeiro presidisse um banco dos Estados Unidos, nos Estados Unidos.
Creio que Serra, Meirelles, Marina e Ciro não pensam noutra coisa. Estarão alinhados no páreo do primeiro turno.

Comentários

  1. Meireles tem que ser o candidato do PMDB a vice na chapa da Dilma.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe