Pular para o conteúdo principal

Queda natural, patamar alto demais

Finalmente o blog começa a voltar ao normal. Ainda nesta semana, o ritmo de sempre será retomado. O autor agradece a todos os leitores que vêm pedindo as notas e análises, isto de fato é um estímulo muito grande e só aumenta a responsabilidade! Isto posto, vamos logo trabalhar:

Abaixo, notícia sobre a queda de popularidade do presidente Lula, do portal G1. Traz também algumas novidades sobre o cenário pré-eleitoral. Hoje à noite seguirá uma análise mais detida dos fatos. No que diz respeito à queda de Lula, porém, é possível já estabelecer que a oscilação, relevante – de 4 pontos – é muito natural. O presidente está agora na reta final do seu segundo mandato e estranho seria manter os 80% de popularidade. Este blog sempre achou que aquele patamar era insustentável – ninguém é unanimidade e o tempo causa fadiga de material, as pessoas acabam cansando um pouco do estilo. O patamar de 75% ainda é muito alto, será absolutamente normal se o presidente cair para algo em torno de 65%, que foi o que ele conquistou nas eleições que disputou. A seguir, a matéria do G1:

Popularidade de Lula cai para 76,8%, diz pesquisa CNT/Sensus

Em junho, avaliação positiva do presidente era de 81,5%.
Crise na Receita Federal e no Senado seriam motivos, diz CNT.

Robson Bonin Do G1, em Brasília

A avaliação positiva do governo federal e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registraram uma leve queda nos últimos três meses, segundo a pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira (8).

No dia 1 de junho, Lula tinha 81,5% de aprovação. Nessa última rodada, a pesquisa mostra um índice de popularidade de 76,8%, uma queda de 4,7 pontos percentuais. Já a avaliação do governo, que em junho era de 69,8%, caiu para 65,4%.

Segundo a CNT/Sensus, a atuação do presidente Lula diante da crise do Senado, o envolvimento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na crise da Receita Federal e a gripe suína foram os principais fatores da queda na avaliação do governo e de Lula.
Apesar de ligar a crise do Senado à queda de popularidade do governo e do próprio presidente Lula, a pesquisa não perguntou a opinião dos entrevistados sobre a situação do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
A avaliação negativa do governo, que era de 5,8% na pesquisa divulgada em junho, subiu para 7,2%. A desaprovação do desempenho pessoal de Lula saiu de 15,7% para 18,7%. A pesquisa divulgada em junho reflete o cenário avaliado em maio deste ano.
Segundo o representante da CNT, Ricardo Guedes, a popularidade do presidente caiu devido à “postura menos política” perante a população. “O discurso do presidente Lula foi menos político. Em função dessa agenda negativa, ele teve uma comunicação menos direta com o povo. O efeito Lina, Dilma e Senado e a questão da saúde, com a gripe suína, foram predominantes”, avalia Guedes.
As regiões Sul e Sudeste foram as que mais influenciaram no resultado, segundo a CNT/Sensus.
Eleições 2010
A Pesquisa CNT Sensus quis saber - em votação espontânea – em quem o eleitor votaria para presidente da República no primeiro turno das eleições de 2010. Se tivesse condições de concorrer, o presidente Lula teria 21,2% dos votos. Já o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), teria 7,7%. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, faria 4,8%. Já o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), teria 3,1%. O deputado federal, Ciro Gomes (PSB-CE), registraria 1,0%. O secretário estadual de SP, Geraldo Alckmin, também teria 1,0%. A ex-senadora e vereadora de Maceió Heloísa Helena (PSOL) teria 0,9% e a senadora Marina Silva (PT-AC) ficaria com 0,9%. O número de eleitores sem candidato, segundo a pesquisa seria de 58,5%.
Segundo turno
No segundo turno, o governador de São Paulo vence em todos os cenários apresentados pela pequisa. Na primeira opção, Serra tem 49,9% e Dilma 25,0%. Eleitores sem candidato são 25,2%. Em maio de 2009 os números eram 49,7% para Serra e 28,7% para Dilma e 21,7% dos eleitores sem candidato. Os números mostram que o governador de São Paulo ampliou levemente a sua vantagem, enquanto Dilma, a principal candidata do presidente Lula, perdeu 3.7 pontos percentuais.
No segundo cenário analisado pela pesquisa, sem o governador de São Paulo, Dilma tem 35,8% dos votos e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), 26,0%. Eleitores sem candidato são 38,3%. Em maio, a vantagem de Dilma tinha 39,4% e Aécio, 25,9%. O percentual de eleitores sem candidato era de 34,8%. Também nesse cenário, Dilma perdeu votos, se comparado a maio deste ano. A novidade é que a candidatura do governador de Minas Gerais também não apresentou reação no período em que Dilma esteve exposta à crise da Receita Federal e aos ataques da oposição no Congresso.
Para o representante da CNT/Sensus, Ricardo Guedes, os dados revelam que a candidatura de Dilma ainda não conseguiu agregar votos próprios. "A Dilma ainda nao agregou votos próprios, apenas a médida de transferência, que é de 20%, dos votos que o presidente Lula acrescenta", diz Guedes.
Na terceira opção, novamente com Serra e sem Dilma e Aécio, o governador de São Paulo tem 51,5% e o deputado federal, Ciro Gomes (PSB-CE), 16,7%. Eleitores sem candidato são 31,9%. Em maio, 51,8% votavam em Serra e 19,9%, em Ciro. O percentual de eleitores sem candidato era de 28,4%. Os dados mostram uma melhora no desempenho de Ciro e a estabilidade na intenção de votos do tucano.
Já na disputa com Aécio, o deputado federal do PSB tem 30,1%, contra 24,2% do governador mineiro. Em maio, a diferença era de 34,1% para Ciro, contra 27,9% de Aécio.
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que livrou o ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) de responder a processo pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, a pesquisa CNT/Sensus incluiu Palocci em dois cenários, o primeiro com Serra e o segundo com Aécio.
Contra Serra, Palocci tem 11,3%, contra 54,8% do governador paulista. Já contra Aécio, Palocci faz 17,5% e o governador mineiro: 31,4%.
Consideradas as grandes novidades na conjuntura política, a candidatura de Marina e de Palocci não foram submetidas a nenhum cenário com Dilma e Ciro, segundo a CNT/Sensus, porque o órgão não considerou relevante o confronto dos nomes pelo eleitorado.
Rejeição
Na corrida pela presidência da República, o candidato com o maior margem de rejeição, segundo a CNT/Sensus, seria o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que teria 45,8% de rejeição. Em seguida viriam, Heloísa Helena 43%, Ciro Gomes 39,9%, Marina Silva 39%, Dilma 37,6% e Serra 29,1%.
A acordo com as médias históricas registradas pela CNT/Sensus, candidaturas com rejeição superior ou igual a 40% nunca venceram uma eleição no segundo turno. "Podemos dizer que a candidatura de Palocci seria inviável e a rejeição da candidatura da ministra Dilma está no limite do que se considera inviável para disputar o segundo turno", diz Guedes.
Apoio de Lula
Em relação à transferência de votos por parte do presidente Lula, a pesquisa registra que 20,8% dos entrevistados votariam no candidato apoiado por Lula, 31,4% poderiam votar, 20,2% não votariam e 24,6% somente conhecendo o candidato para poder decidir.
A pesquisa CNT/Sensus ouviu 2 mil entrevistados nas cinco regiões do país entre 31 de agosto e 4 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.

Comentários

  1. Também acho esse resultado bastante natural. A altissima popularidade do presidente é hoje incontestável. E olhe que os institutos de pesquisa são tão suspeitos quanto o PIG. Meu nome é Cleusa

    ResponderExcluir
  2. Pedro P. Tardelli (jazz_petert)8 de setembro de 2009 às 23:15

    O caradurismo da imprensa é assustador. Nada sobre o Vox Populi e tudo (manipulando o que interessa) sobre o CNT/Sensus. Manchetes e manchetes escolhidas a dedo para fortalecer Serra e enfraquecer Dilma e principalmente Lula. Quão pífios serão tais estratégias na hora que "O Cara" sair cumprimentando o povão por aí e apresentando a Dilma para o eleitorado. Nem decorando, cantando e dançando todas as músicas de Gonzagão Serra passa de onde já chegou. E a Marina, hem?

    ResponderExcluir
  3. Tovar Nogueira Fonseca9 de setembro de 2009 às 09:27

    OláLuiz Antônio,

    Conheci agora o seu blog e gostei muito, parabéns pelo trabalho.

    Quanto à notícia da popularidade do Lula, concordo com suas colocações, mas ainda observo que a queda de 4,7% depois do imenso desgaste dos casos Lina e Sarney é relativamente pequeno.

    Com o anúncio do pré-sal e a aula de inteligência política do pronunciamento do 7 de Setembro, este índice deve subir ainda um pouco mais.

    Mas o Lula tem mesmo é a melhor oposição que alguém pode ter, pois sempre levantam crises inexistentes, que já estão acostumando a opinião pública a ver que estes factóides terminam sempre em desmentidos ou a súbitos esquecimentos.

    Além disto a imprensa chapa branca está cada vez mais desacreditada por denúncias sem apuração e a opiniões que se pretendem verdades.

    Uma vez li que a oposição e a imprensa brasileira batem no Lula nas suas qualidades e esquecem de criticar os defeitos, dando a ele esta qualidade de TEFLON e penso que isto é verdade.

    Um abraço,
    Tovar

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe