O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), está mostrando sensibilidade política (ou encomendou alguma pesquisa qualitativa) ao se movimentar para tentar melhorar o trânsito da cidade de São Paulo. Como a economia está crescendo e a renda dos mais pobres, aumentando, a violência, que ainda é muito grande, já não é percebida como o principal problema na capital paulista. Agora, o "talk of the town", como gostam dizer os chiques tucanos e democratas, é o trânsito horrível da cidade. Kassab percebeu que este será o seu calcanhar de Aquiles na campanha deste ano e mandou brasa: anunciou a inclusão dos caminhões no rodízio de São Paulo. Se a medida vai dar certo ou não, só o tempo dirá. Claro que alguma coisa deve melhorar, mas analisando a questão como leigo e não especialista no assunto, ao autor destas Entrelinhas a nova restrição parece ser um paliativo. De toda maneira, Kassab se posiciona como alguém que está preocupado com o trânsito e, mais do que isto, como um prefeito que não teme tomar medidas que desagradem o poder econômico. A campanha paulistana realmente promete fortes emoções neste ano.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
Creio que o rodízio de caminhões não significa que o Kassab está preocupado com os problemas do trânsito. Ele está preocupado com o menor impacto "eleitoral" possível. No caso dos caminhões, muitos motoristas moram fora da cidade de São Paulo e não são possíveis eleitores de Kassab. Uma demonstração de que ele não quer arrumar sarna para se coçar é justamente liberar por mais seis meses o tráfego de táxis e carros de passeios nos corredores de ônibus. Estes motoristas sim são possíveis eleitores. É bom lembrar que a liberação dos táxis ocorreu ainda em 2004, como uma medida eleitoreira por parte da atual prefeita que tentou conseguir os votos dos taxistas (classe que apóia Paulo Maluf), então seguindo a mesma lógica, Kassab não faz nada pelo trânsito de São Paulo, só prejudica. É necessário prioridade aos ônibus, estes sim com possibildiade de resolver problemas a médio prazo e lógico, o metrô a longo prazo.
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