Pular para o conteúdo principal

Agripino e Virgílio defendem Meirelles

O jornalista Reinaldo Azevedo, crítico contumaz do governo Lula, não gostou nada das entrevistas de José Agripino Maia (DEM-RN) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) ao Jornal da Globo de ontem, em que ambos defenderam o aumento na taxa básica de juros do país. Azevedo escreve em seu blog um divertido e ao mesom tempo instigante artigo em que constata que o PT e o presidente Lula conseguem, graças à atuação desastrada da oposição, os benefícios políticos dos pontos positivos da política econômica (estabilidade, crescimento etc.) ao mesmo tempo em que se distanciam dos aspectos negativos ou dos sacríficios impostos à população, como é o caso do aumento da taxa de juros. Nesta hora, diz Reinaldo, é a oposição quem aparece como fiadora da "responsabilidade fiscal" ou coisas do gênero.

É claro que o jornalista condena a atuação "pragmática" dos oposicionistas, que ele classifica de "ingênua". O que Reinaldo não diz, porém, é que por trás desta estratégia dos tucanos e democratas está um fato simples e que explica inclusive a reeleição do presidente Lula: a oposição não tem projeto, não tem programa de governo e não sabe o que dizer aos eleitores. Não é um problema de forma (erro na comunicação), mas de conteúdo: Lula e o PT estão realizando uma gestão social-democrata, e de forma melhor, como mais resultados para o povão, do que o consórcio tucano-pefelista logrou empreender entre 1995 e 2003. Assim, a questão é simples para os eleitores: Lula governa melhor, a oposição não tem propostas alternativas e só faz agredi-lo para tentar voltar ao poder. Neste cenário, por que arriscar um retorno aos tempos tão difíceis de FHC? É simples assim, só vê quem não quer...

Comentários

  1. Barba, cabelo e bigode Luiz...

    ResponderExcluir
  2. Seu post vai ao encontro do que postou ontem, exasperado, o Noblat, que tem atuado quase como um orientador da oposição, com direito a puxar a orelha de senador (Pedro Simom) e tudo.

    ResponderExcluir
  3. Lula é igual massa de pão quanto mais batem mais cresce.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe