Ainda sobre o caso Isabella Nardoni, que a cada dia que passa se torna mais escabroso, vale a pena ler o comentário do ombunsman da Folha de S. Paulo, Mário Magalhães, publicado na Crítica Interna do dia 1° de abril. Em linhas gerais, ele pensa parecido com este blog. Sim, a cada dia aumentam as evidências de que o pai de Isabella está envolvido na morte da garota, mas a imprensa não deve se precipitar, porque ele ainda nem sequer foi indiciado, embora esteja preso como suspeito. A mídia também não pode, como já está acontecendo, assumir o papel do Judiciário e expor os acusados à execração pública.
O espectro da Escola Base
As coberturas da Folha, do "Estado" e do "Diário de S. Paulo" sobre a morte da menina Isabella, 5, têm profundas divergências sobre os fatos, da apuração policial às primeiras impressões dos legistas.
São contradições numerosas, que rendem um ótimo estudo de caso.
Não é a questão central da cobertura de hoje, contudo.
O grande contraste é o tratamento de Folha e "Diário" à versão de que um vizinho teria ouvido a menina gritar "Pára, pára, pai".
A Folha deu a informação em rodapé, perdida em um texto menor, só visto, conforme a hierarquia da página, por quem leu o noticiário integral.
O "Diário" manchetou, em letras garrafais: "'PÁRA, PAI! PÁRA, PAI!' - Polícia diz que testemunha ouviu gritos de criança antes de Isabella despencar da janela do 6º andar".
O comportamento da Folha está correto.
É possível que Isabella tenha gritado aquilo mesmo (mas a pontuação pode mudar o sentido), que o vizinho tenha ouvido, que o pai seja um assassino.
Mas é possível que nem tudo ou nada disso tenha ocorrido.
A manchete, embora formalmente não condene, expõe o pai em demasia.
Para a polícia, até ontem ele era "candidato a suspeito", essa condição esdrúxula ignorada pela lei.
Se vier a se comprovar a culpa paterna, a Folha deve dar a notícia com o merecido destaque.
Caso não se comprove, porém, o jornal não terá cometido um erro jornalístico grave (a rigor, independentemente da solução do caso, é um erro grave expor quem não é, reconhecidamente, pelo menos ainda, um homicida).
Em uma cobertura delicada como essa, é melhor errar pelo freio excessivo do que pelo pé no fundo do acelerador.
O espectro da Escola Base
As coberturas da Folha, do "Estado" e do "Diário de S. Paulo" sobre a morte da menina Isabella, 5, têm profundas divergências sobre os fatos, da apuração policial às primeiras impressões dos legistas.
São contradições numerosas, que rendem um ótimo estudo de caso.
Não é a questão central da cobertura de hoje, contudo.
O grande contraste é o tratamento de Folha e "Diário" à versão de que um vizinho teria ouvido a menina gritar "Pára, pára, pai".
A Folha deu a informação em rodapé, perdida em um texto menor, só visto, conforme a hierarquia da página, por quem leu o noticiário integral.
O "Diário" manchetou, em letras garrafais: "'PÁRA, PAI! PÁRA, PAI!' - Polícia diz que testemunha ouviu gritos de criança antes de Isabella despencar da janela do 6º andar".
O comportamento da Folha está correto.
É possível que Isabella tenha gritado aquilo mesmo (mas a pontuação pode mudar o sentido), que o vizinho tenha ouvido, que o pai seja um assassino.
Mas é possível que nem tudo ou nada disso tenha ocorrido.
A manchete, embora formalmente não condene, expõe o pai em demasia.
Para a polícia, até ontem ele era "candidato a suspeito", essa condição esdrúxula ignorada pela lei.
Se vier a se comprovar a culpa paterna, a Folha deve dar a notícia com o merecido destaque.
Caso não se comprove, porém, o jornal não terá cometido um erro jornalístico grave (a rigor, independentemente da solução do caso, é um erro grave expor quem não é, reconhecidamente, pelo menos ainda, um homicida).
Em uma cobertura delicada como essa, é melhor errar pelo freio excessivo do que pelo pé no fundo do acelerador.
ombudsmam sensacional
ResponderExcluirpena que saiu da Folha
esperamos que o próximo seja da mesma linha
a folha e o punlico perdem com a saída dele
abraço