A notícia abaixo, do Globo Online de sexta-feira, mostra um fato insólito que está ocorrendo na Assembléia Legislativa de São Paulo. Um deputado estadual do PSOL teve a idéia de jerico de levar um "transformista" para o lançamento da Frente Parlamentar GLS, ocorrido neste mês. Até aí, nada demais – se o evento era para Gays, Lésbicas e Simpatizantes, o natural seria que tal público se fizesse presente. O problema é que o tal "transformista" resolveu apresentar um showzinho e ficou quase da maneira como veio ao mundo no plenário D. Pedro I, dentro da sede da Assembléia.
Agora, Carlos Giannazi, o deputado que promoveu o evento, está sendo acusado de falta de decoro parlamentar e poderá ter seu mandato cassado pelos colegas.
A luta das minorias por seus direitos é sempre justa, mas o episódio precisa ser analisado com cuidado. O poder legislativo tem normas que devem ser obedecidas para que a atividade parlamentar ocorra dentro de um mínimo de civilidade. No ano passado, o então secretário estadual da Segurança Pública Saulo de Castro Abreu Filho, esteve na Assembléia e destratou os parlamentares com um gesto ofensivo – levantou o dedo médio para a platéia e assim ficou por alguns longos minutos. Foi o suficiente para que alguns deputados recorressem à Justiça contra o ex-secretário, algando justamente que ele quebrou o decoro que aquele ambiente impõe.
Giannazi se defendeu, mas o argumento é fraco: "Foi uma normalidade, até porque na Parada do Orgulho Gay de São Paulo, isso é absolutamente natural, é transmitido por toda a imprensa", disse ele. Ora, a Parada Gay é um evento realizado na rua, não em um plenário da Assembléia Legislativa. Melhor o deputado começar a preparar uma defesa mais consistente, pois a bancada evangélica vai jogar suas fichas neste caso. Não será surpresa se ele acabar cassado e perder seus direitos políticos, impedindo assim a candidatura à prefeitura de São Paulo em 2008. A vereadora Soninha, pré-candidata do PPS, que disputa o mesmo público de Giannazi, pode acabar correndo sozinha nesta seara.
Transformista se apresenta na AL e deputado pode perder o cargo
SPTV
SÃO PAULO - O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL) pode perder o mandato por causa da performance de um transformista em evento oficial da Assembléia Legislativa. Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por organizar um evento que está provocando polêmica na Assembléia Legislativa de São Paulo. Deputados e convidados se reuniram para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Comunidade Gay. De repente, um transformista se aproximou dos deputados e começou a dançar durante o evento.
A performance despertou reações diferentes - cochichos, risos e uma certa inquietação. A apresentação foi no plenário Dom Pedro I, um dos espaços mais tradicionais da Assembléia Legislativa - onde acontecem, por exemplo, as reuniões das comissões de Justiça, de Cidadania e das CPIs. Até agora, o recinto só abrigava gente com traje bem social; como determina o regimento interno.
O descumprimento da norma e os trajes usados pelo transformista provocaram indignação no deputado Waldir Gnello (PTB).
- Ele (transformista) estava de roupas mínimas, calcinha e sutiã. Para uma mulher já seria inadequado; para um homem, continua sendo inadequado. Eles podem usar nos lugares privados, mas não num lugar público - justifica.
Com esses argumentos, o deputado encaminhou à presidência da Casa um pedido de explicação sobre a performance, e acusa o colega Gianazzi de quebra de decoro parlamentar por ter organizado o evento.
Gianazzi se defende, e diz que o que aconteceu não é novidade para o paulistano.
- Foi uma normalidade, até porque na Parada do Orgulho Gay de São Paulo, isso é absolutamente natural, é transmitido por toda a imprensa. As pessoas participam, os deputados participam também - rebateu.
A presidência da Assembléia ainda não se manifestou sobre o caso, e o deputado Carlos Gianazzi já começa a criar uma outra polêmica: ele quer acabar com a obrigatoriedade do terno e da gravata para os parlamentares, e ainda liberar o uso de bermuda, camiseta e boné.
Nos corredores da Câmara, dá pra notar que o regimento interno, que exige terno e gravata para os homens, já não é respeitado. Até os parlamentares cometem deslizes - a prova é que existe uma gravata escondida embaixo da mesa dos assessores do plenário, só para socorrer deputados esquecidos. Essa é a estratégia dos funcionários para manter o ritual, a qualquer custo.
- Essa gravata é daquelas compradas em lojinhas de um R$ 1, é baratinha - garante um deles.
Se o presidente da Assembléia, Vaz de Lima, encaminhar o pedido de quebra de decoro ao Conselho de Ética, o caso deve ser julgado no ano que vem.
Agora, Carlos Giannazi, o deputado que promoveu o evento, está sendo acusado de falta de decoro parlamentar e poderá ter seu mandato cassado pelos colegas.
A luta das minorias por seus direitos é sempre justa, mas o episódio precisa ser analisado com cuidado. O poder legislativo tem normas que devem ser obedecidas para que a atividade parlamentar ocorra dentro de um mínimo de civilidade. No ano passado, o então secretário estadual da Segurança Pública Saulo de Castro Abreu Filho, esteve na Assembléia e destratou os parlamentares com um gesto ofensivo – levantou o dedo médio para a platéia e assim ficou por alguns longos minutos. Foi o suficiente para que alguns deputados recorressem à Justiça contra o ex-secretário, algando justamente que ele quebrou o decoro que aquele ambiente impõe.
Giannazi se defendeu, mas o argumento é fraco: "Foi uma normalidade, até porque na Parada do Orgulho Gay de São Paulo, isso é absolutamente natural, é transmitido por toda a imprensa", disse ele. Ora, a Parada Gay é um evento realizado na rua, não em um plenário da Assembléia Legislativa. Melhor o deputado começar a preparar uma defesa mais consistente, pois a bancada evangélica vai jogar suas fichas neste caso. Não será surpresa se ele acabar cassado e perder seus direitos políticos, impedindo assim a candidatura à prefeitura de São Paulo em 2008. A vereadora Soninha, pré-candidata do PPS, que disputa o mesmo público de Giannazi, pode acabar correndo sozinha nesta seara.
Transformista se apresenta na AL e deputado pode perder o cargo
SPTV
SÃO PAULO - O deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL) pode perder o mandato por causa da performance de um transformista em evento oficial da Assembléia Legislativa. Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar por organizar um evento que está provocando polêmica na Assembléia Legislativa de São Paulo. Deputados e convidados se reuniram para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Comunidade Gay. De repente, um transformista se aproximou dos deputados e começou a dançar durante o evento.
A performance despertou reações diferentes - cochichos, risos e uma certa inquietação. A apresentação foi no plenário Dom Pedro I, um dos espaços mais tradicionais da Assembléia Legislativa - onde acontecem, por exemplo, as reuniões das comissões de Justiça, de Cidadania e das CPIs. Até agora, o recinto só abrigava gente com traje bem social; como determina o regimento interno.
O descumprimento da norma e os trajes usados pelo transformista provocaram indignação no deputado Waldir Gnello (PTB).
- Ele (transformista) estava de roupas mínimas, calcinha e sutiã. Para uma mulher já seria inadequado; para um homem, continua sendo inadequado. Eles podem usar nos lugares privados, mas não num lugar público - justifica.
Com esses argumentos, o deputado encaminhou à presidência da Casa um pedido de explicação sobre a performance, e acusa o colega Gianazzi de quebra de decoro parlamentar por ter organizado o evento.
Gianazzi se defende, e diz que o que aconteceu não é novidade para o paulistano.
- Foi uma normalidade, até porque na Parada do Orgulho Gay de São Paulo, isso é absolutamente natural, é transmitido por toda a imprensa. As pessoas participam, os deputados participam também - rebateu.
A presidência da Assembléia ainda não se manifestou sobre o caso, e o deputado Carlos Gianazzi já começa a criar uma outra polêmica: ele quer acabar com a obrigatoriedade do terno e da gravata para os parlamentares, e ainda liberar o uso de bermuda, camiseta e boné.
Nos corredores da Câmara, dá pra notar que o regimento interno, que exige terno e gravata para os homens, já não é respeitado. Até os parlamentares cometem deslizes - a prova é que existe uma gravata escondida embaixo da mesa dos assessores do plenário, só para socorrer deputados esquecidos. Essa é a estratégia dos funcionários para manter o ritual, a qualquer custo.
- Essa gravata é daquelas compradas em lojinhas de um R$ 1, é baratinha - garante um deles.
Se o presidente da Assembléia, Vaz de Lima, encaminhar o pedido de quebra de decoro ao Conselho de Ética, o caso deve ser julgado no ano que vem.
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