Está brilhante o comentário abaixo, escrito pelo Ombundsman da Folha de S. Paulo, jornalista Mário Magalhães, em sua crítica interna desta segunda-feira. Realmente, causa espanto a insensibilidade dos editores diante de uma notícia que mereceria pelo menos um abre de página, ainda que a apuração não estivesse completa. Um pouco de criatividade e dois ou três telefonemas para psicólogos e educadores, por exemplo, seriam suficientes para que o jornal contasse a história e apresentasse a opinião de gente que lida com crianças sobre o ocorrido...
Para que serve o jornal?
Contar histórias é um dos seus propósitos.
Em sete meses como ombudsman, não me lembro de ter visto uma história tão menosprezada pela Folha como a do menino-aranha na edição de sábado.
A maior fotografia da primeira página foi para Riquelme, 5, o pequeno herói com nome de craque argentino (nem esse aspecto futebolístico o jornal abordou). Riquelme salvou uma menina de 1 ano que estava no berço quando a casa dela pegou fogo _é o que o jornal banca. O destaque da primeira página criou uma expectativa que se frustrou.
A reportagem "'Homem-Aranha' de 5 anos entra em casa que pegava fogo e salva bebê" (pág. C4) não é só pequena em tamanho e apurada por telefone. É burocrática e insensível. Trata um feito emocionante no tom de relato sobre buraco de rua.
No fim de semana da morte de Norman Mailer, o jornal não soube reconhecer o encanto óbvio de um gesto inesquecível.
Se uma história assim não comove o jornal, o que vai comover?
Para que serve o jornal?
Contar histórias é um dos seus propósitos.
Em sete meses como ombudsman, não me lembro de ter visto uma história tão menosprezada pela Folha como a do menino-aranha na edição de sábado.
A maior fotografia da primeira página foi para Riquelme, 5, o pequeno herói com nome de craque argentino (nem esse aspecto futebolístico o jornal abordou). Riquelme salvou uma menina de 1 ano que estava no berço quando a casa dela pegou fogo _é o que o jornal banca. O destaque da primeira página criou uma expectativa que se frustrou.
A reportagem "'Homem-Aranha' de 5 anos entra em casa que pegava fogo e salva bebê" (pág. C4) não é só pequena em tamanho e apurada por telefone. É burocrática e insensível. Trata um feito emocionante no tom de relato sobre buraco de rua.
No fim de semana da morte de Norman Mailer, o jornal não soube reconhecer o encanto óbvio de um gesto inesquecível.
Se uma história assim não comove o jornal, o que vai comover?
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