A Folha de S. Paulo publicou no final de semana uma série de matérias sobre uma denúncia de que o falecido presidente João Goulart foi assassinado. O jornal conseguiu a história entrevistando o ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, 54 anos, 22 anos à época dos fatos. É Barreiro quem diz que Jango foi envenenado, em um crime que teria sido encomendado pelo então presidente Ernesto Geisel ao delegado Sérgio Paranhos Fleury. Não se trata propriamente de uma novidade – muita gente já especulou não apenas que Jango foi assassinado, mas também Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, os outros dois grandes líderes civis pré-regime militar. Os três morreram em um espaço de um ano, todos em circunstâncias suspeitas – JK em um estranho acidente automobilístico na via Dutra e Lacerda de um estranhíssimo processo infeccioso que se generalizou no corpo do político rapidamente, matando-o em uma semana após o processo ter tido início.
Pensando bem, é mais provável ser verdadeira a tese de triplo assassinato pela ditadura desses importantes líderes civis em um momento-chave do regime militar do que estar correta a história de Barreiro sobre Jango, que tem dois pontos especialmente fracos: primeiro, se a ditadura tivesse decidido apagar o ex-presidente, não seria Geisel quem comunicaria a decisão ao delegado Fleury. Em segundo lugar, conforme bem apontou Reinaldo Azevedo em seu blog, Barreiro diz que espionou Jango nos 4 anos que antecederam a sua morte. Se foi assim, o sujeito era mesmo um prodígio, pois teria começado na "profissão" com 18 ou 19 anos e já com a missão de vigiar um ex-presidente da República.
De fato, não chega a ser uma barriga da Folha porque quem está bancando a denúncia são os familiares de João Goulart e não apenas o ex-agente, que está preso no Rio Grande do Sul sob acusação de tráfico de armas. Bem, se o bravo diário da Barão de Limeira quiser, conseguirá outros furos deste tipo: basta mandar seus repórteres para o Instituto Pinel, está cheio de gente com histórias fantásticas para contar por lá... Talvez o próprio mentor do triplo assassinato dos líderes civis possa ser revelado em breve. Ou alguém assume o crime da Rua Cuba e conta onde estão os ossos de Dana de Teffé, para a alegria de Carlos Heitor Cony.
Pensando bem, é mais provável ser verdadeira a tese de triplo assassinato pela ditadura desses importantes líderes civis em um momento-chave do regime militar do que estar correta a história de Barreiro sobre Jango, que tem dois pontos especialmente fracos: primeiro, se a ditadura tivesse decidido apagar o ex-presidente, não seria Geisel quem comunicaria a decisão ao delegado Fleury. Em segundo lugar, conforme bem apontou Reinaldo Azevedo em seu blog, Barreiro diz que espionou Jango nos 4 anos que antecederam a sua morte. Se foi assim, o sujeito era mesmo um prodígio, pois teria começado na "profissão" com 18 ou 19 anos e já com a missão de vigiar um ex-presidente da República.
De fato, não chega a ser uma barriga da Folha porque quem está bancando a denúncia são os familiares de João Goulart e não apenas o ex-agente, que está preso no Rio Grande do Sul sob acusação de tráfico de armas. Bem, se o bravo diário da Barão de Limeira quiser, conseguirá outros furos deste tipo: basta mandar seus repórteres para o Instituto Pinel, está cheio de gente com histórias fantásticas para contar por lá... Talvez o próprio mentor do triplo assassinato dos líderes civis possa ser revelado em breve. Ou alguém assume o crime da Rua Cuba e conta onde estão os ossos de Dana de Teffé, para a alegria de Carlos Heitor Cony.
Comentários
Postar um comentário
O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.