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O jogo, no entanto, está só começando. Como bem lembrou o jornalista Fernando Rodrigues em seu blog, o desgaste será maior à medida que os mortos começarem a aparecer. Serão questionados os procedimentos adotados (a busca não começou tarde demais?) e a opinião pública vai querer saber direitinho de quem foi a culpa pelo desastre. Aí sim, o governador terá que mostrar habilidade.
Além dos mortos e dos vizinhos prejudicados pelo desabamento, Serra ainda terá que arcar com o desgaste de enventuais atrasos nas obras e precisará decidir sobre o modelo que foi adotado pelo seu antecessor Geraldo Alckmin para a construção do Metrô paulistano. As duas opções são complicadas politicamente: romper ou rever um contrato significa ir de encontro com tudo que os tucanos sempre pregaram, além do óbvio reconhecimento de que houve erro na adoção do modelo durante a gestão tucana de Alckmin; manter as coisas como estão implica na permanência do poder público mais distante do controle das obras em andamento. Conhecendo o caráter controlador de Serra, é bem possível que ele queira mudar o modelo, mas ainda é cedo para especular a respeito, pois o problema tem muitas variáveis e o contrato certamente possui cláusulas sobre procedimentos a responsabilidades em casos de acidentes.
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