Pular para o conteúdo principal

Palpite do blog: vai dar Aldo

É bem verdade que ainda é cedo para apostas – ainda faltam 20 dias para a eleição na Câmara –, mas este blog joga as suas fichas na reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para a presidência da Casa. O apoio do PMDB, anunciado hoje, ao deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) não espanta muito, pelo contrário, apenas revela a falta de unidade do partido, uma vez que apenas 58 deputados compareceram, em uma bancada de 89. Quem vê neste "apoio" a pá de cal na candidatura de Aldo pode estar tremendamente equivocado.

Também ainda há por aí quem acredite no tal candidato da "terceira via", como há os que crêem em duendes, saci pererê, mula sem cabeça... Mesmo que um nome da tal terceira via consiga se viabilizar, o que neste momento é improvável, as chances de vitória do grupo são nulas, pois quem elege o presidente é o baixo clero, que tem verdadeiro horror a Gabeiras, Erundinas e Cardosos, esses desalmados que só pensam em reduzir os salários e benefícios parlamentares.

Assim, na hora da decisão, com terceira via ou sem terceira via, as candidaturas que importam serão mesmo duas: a de Chinaglia, bancada pelo PT e por setores palacianos, e a de Aldo, que terá o suporte dos aliados PSB e PCdoB e de alguns setores do Planalto que vêem na eventual vitória de Chinaglia uma real possibilidade de reentrada do ex-ministro José Dirceu no cenário político.

Assim, entre Aldo e Chinaglia, parece óbvio a este blog que a oposição, salvo exceções localizadas que operam sob a lógica do acordo regional, vai preferir o velho e bom comunista do que o esperto líder petista. Com o voto de boa parte do PFL e do PSDB, mais a traições habituais no PMDB e até no PT, Aldo pode vencer a parada até com alguma folga.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe