A julgar pelo resultado da reunião dos governadores de Estado realizada na tarde de hoje, em Brasília, o presidente Lula vai ter que colocar a mão no bolso na negociação com os novos governantes estaduais. A lista de pedidos é enorme e começa com o compartilhamento da CMPF, o que é inédito, passaando pelo alongamento das dívidas com a União, entre outras reivindicações, nenhuma delas propriamente barata. Se o presidente quiser ter um início de mandato tranquilo, inclusive com a aprovação célere dos projetos do PAC no Congresso, onde o peso político dos novos governadores será grande, é bom atender algumas das reivindicações dos Estados. É bom lembrar, porém, que o presidente não nasceu ontem e certamente estava esperando algum tipo de reclame dos governadores, de forma que é até provável que a equipe econômica tenha reservado recursos para este tipo de pleito. Os próximo capítulo desta novela ocorre dia 6 de março, na reunião dos governadores com o presidente. Até lá, a negociação vai correr nos bastidores.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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