Um breve passo realista Eles vivem em Londres e se conhecem em um site de paquera. Ela, viúva, 70 e poucos, moderna e pragmática e, como se verá, disposta a ignorar alertas para seguir com a nova relação. Ele, 80, um golpista só de olho na boutique da crush, uma herança de mais de £ 2 milhões. Desde a sinopse de A Grande Mentira, direção de Bill Condon, em cartaz em São Paulo, o público é advertido sobre o que esperar das intenções de Roy Courtnay (Ian McKellen, duas indicações ao Oscar). Sobressaem em sua personalidade e atividades a adrenalina e violência na constante apropriação do alheio. Como anticlímax, o público o vê rumar para os encontros com a viúva, situações em que se “sente sufocando em bege”. Respira fundo e, transfigurado em elegância e delicadeza, vai afofar o terreno junto a Betty McLeish (Helen Mirren, vencedora de um Oscar), encenando gestos de carinho e de fragilidade fictícios, enquanto ajusta detalhes e encaminha a crush ao seu bote final. Culta, sensível e vi...
Cultura, Mídia & Política por Luiz Antonio Magalhães