As vitórias de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) nas eleições para as presidências da Câmara e Senado estão sendo interpretadas das mais diversas formas pelos analistas e jornalistas de plantão. Há desde gente que atribui o resultado do pleito à mão forte do governo Lula até os que afirmam que a vitória de Chinaglia foi desastrosa para o presidente porque rachou a base.
É preciso um pouco de tempo para que o processo eleitoral seja completamente digerido, mas este blog não acredita nem que o governo tenha se engajado de corpo e alma na campanha de Chinaglia ou Renan, muito menos na tese de que houve uma ruptura entre as forças que compõem a base aliada. É evidente que o resultado fortalece o governo, uma vez que os cargos mais importantes no Legislativo estão nas mãos de aliados do presidente, mas uma análise mais acurada revela alguns detalhes importantes do processo que levou Renan e Chinaglia ao comando do Senado e Câmara.
Em primeiro lugar, a eleição do Senado mostrou a fraqueza da oposição. O senador José Agripino (PFL-RN) obteve menos votos do que a soma das bancadas do PSDB e PFL, ou seja, não conseguiu nem sequer unir a sua própria tropa. Quatro parlamentares desses partidos votaram em Renan, o candidato de Lula.
Na Câmara, a oposição soma 150 votos e o candidato Gustavo Fruet (PSDB-PR) teve apenas 98 no primeiro turno. Neste caso, o PFL defendeu abertamente a sua opção por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mas a justificativa é que não convenceu.
Desta forma, a primeira conclusão a que se pode chegar sobre os acontecimentos de ontem diz respeito à fraqueza da oposição no Congresso. Tucanos e liberais estão em rota de colisão, cada partido com seu projeto. O furor oposicionista que o PSDB apresentava com Geraldo Alckmin já se esvaiu, certamente porque os governadores José Serra e Aécio Neves estão mais preocupados em conseguir realizar boas gestões e se cacifarem para a disputa de 2010. Esta disputa interna no tucanato, aliás, também ajuda o governo – nada melhor para uma tropa do que conflitos internos no quartel general do exército inimigo.
Se a situação da oposição tucano-pefelista é confusa, não será à esquerda que o presidente Lula vai encontrar problemas. O PSOL está unido, mas tem uma representação demasiadamente frágil – 3 deputados e um senador. O máximo que esses parlamentares poderão fazer nos próximos quatro anos é o que os 8 petistas que chegaram à Câmara em 1982 fizeram: barulho, muito barulho.
Racha relativo
Cabe, por fim, analisar a questão da tal "divisão" da base aliada na Câmara Federal. Como todo respeito a Aldo Rebelo e demais deputados do PCdoB, PDT e PSB que têm externado o sentimento de inconformismo com o "rolo compressor" governista a favor de Chinaglia, a verdade é que bastará um pouco de "mercúrio", como disse o próprio presidente Lula, para curar as feridas. Este blog aposta que a choradeira dos socialistas, trabalhistas e comunistas termina no mesmo dia em que for anunciada a reforma ministerial, senão antes.
Na verdade, o tal "racha" na base aliada é muito mais uma criação dos colunistas para tentar dar um pouco mais de emoção às matérias de política do que qualquer outra coisa. O problema todo, daqui para frente, é que vai ficar chato escrever sobre o governo Lula porque será uma administração no estilo "feijão com arroz", isto é, pouco arrojada e sem pacotes mirabolantes. Com controle da Câmara e do Senado, sem oposição real no Congresso, o presidente tem um cenário muito melhor para exercer o poder hoje do que em 2003, o que pode lhe permitir governar sem precisar recorrer às práticas que provocaram a crise de 2005. Tudo isto, evidentemente, mantido o atual cenário externo, sem sinal de crises vindoouras e francamente favorável ao crescimento dos países emergentes.
É preciso um pouco de tempo para que o processo eleitoral seja completamente digerido, mas este blog não acredita nem que o governo tenha se engajado de corpo e alma na campanha de Chinaglia ou Renan, muito menos na tese de que houve uma ruptura entre as forças que compõem a base aliada. É evidente que o resultado fortalece o governo, uma vez que os cargos mais importantes no Legislativo estão nas mãos de aliados do presidente, mas uma análise mais acurada revela alguns detalhes importantes do processo que levou Renan e Chinaglia ao comando do Senado e Câmara.
Em primeiro lugar, a eleição do Senado mostrou a fraqueza da oposição. O senador José Agripino (PFL-RN) obteve menos votos do que a soma das bancadas do PSDB e PFL, ou seja, não conseguiu nem sequer unir a sua própria tropa. Quatro parlamentares desses partidos votaram em Renan, o candidato de Lula.
Na Câmara, a oposição soma 150 votos e o candidato Gustavo Fruet (PSDB-PR) teve apenas 98 no primeiro turno. Neste caso, o PFL defendeu abertamente a sua opção por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mas a justificativa é que não convenceu.
Desta forma, a primeira conclusão a que se pode chegar sobre os acontecimentos de ontem diz respeito à fraqueza da oposição no Congresso. Tucanos e liberais estão em rota de colisão, cada partido com seu projeto. O furor oposicionista que o PSDB apresentava com Geraldo Alckmin já se esvaiu, certamente porque os governadores José Serra e Aécio Neves estão mais preocupados em conseguir realizar boas gestões e se cacifarem para a disputa de 2010. Esta disputa interna no tucanato, aliás, também ajuda o governo – nada melhor para uma tropa do que conflitos internos no quartel general do exército inimigo.
Se a situação da oposição tucano-pefelista é confusa, não será à esquerda que o presidente Lula vai encontrar problemas. O PSOL está unido, mas tem uma representação demasiadamente frágil – 3 deputados e um senador. O máximo que esses parlamentares poderão fazer nos próximos quatro anos é o que os 8 petistas que chegaram à Câmara em 1982 fizeram: barulho, muito barulho.
Racha relativo
Cabe, por fim, analisar a questão da tal "divisão" da base aliada na Câmara Federal. Como todo respeito a Aldo Rebelo e demais deputados do PCdoB, PDT e PSB que têm externado o sentimento de inconformismo com o "rolo compressor" governista a favor de Chinaglia, a verdade é que bastará um pouco de "mercúrio", como disse o próprio presidente Lula, para curar as feridas. Este blog aposta que a choradeira dos socialistas, trabalhistas e comunistas termina no mesmo dia em que for anunciada a reforma ministerial, senão antes.
Na verdade, o tal "racha" na base aliada é muito mais uma criação dos colunistas para tentar dar um pouco mais de emoção às matérias de política do que qualquer outra coisa. O problema todo, daqui para frente, é que vai ficar chato escrever sobre o governo Lula porque será uma administração no estilo "feijão com arroz", isto é, pouco arrojada e sem pacotes mirabolantes. Com controle da Câmara e do Senado, sem oposição real no Congresso, o presidente tem um cenário muito melhor para exercer o poder hoje do que em 2003, o que pode lhe permitir governar sem precisar recorrer às práticas que provocaram a crise de 2005. Tudo isto, evidentemente, mantido o atual cenário externo, sem sinal de crises vindoouras e francamente favorável ao crescimento dos países emergentes.
Infelizmente, Chinaglia é um fisiologista e nada de bom pode trazer à base do governo. O que é triste, ver o PT se desfazer desse jeito. O novo presidente da Câmara é aquele que propôs o aumento de 91% aos salários já ultra-abusivos dos parlamentares. Portanto, esse senhor não pode trazer nada de bom para a sociedade brasileira.
ResponderExcluirPS: por que seu Blog fica tentando instalar um programa no meu computador? Fica abrindo pop-up e mensagem de pedido de instalação...
Marcelo,
ResponderExcluirNão sei porque isto está acontecendo. O estranho é que só ocorre para quem usa o Internet Explorer - no firefox, jamais ocorreu. Deve ser algum código escondido no modelo, que ainda não descobri, mas estou trabalhando para sanar o problema.
abs. Luiz
O meu antivirus detecta um vírus Trojan. Tenho de ficar mandando para quarentena.
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