Segundo reportagem que está nesta segunda-feira na Folha de S. Paulo, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), decidiu recuar em sua desastrada investida contra a autonomia universitária e mandou retirar os secretários de Estado do Cruesp - o Conselho de Reitores das três universidades paulistas (USP, Unesp e Unicamp). No dia 1° de janeiro, Serra baixou um decreto acabando com a maioria que os reitores tinham no Conselho – eram 3 reitores contra 2 secretários e o governador adicionou o secretário de Ensino Superior. O que mais desagradou os docentes, conforme pode ser conferido aqui, foi Serra ter nomeado o secretário para a presidência do Cruesp, fato inédito desde a criação do órgão, em 1987. Além disto, os professores e funcionários reclamam do contingenciamento de recursos para as universidades, outro fato inédito desde que elas conquistaram a autonomia, na gestão de Orestes Quércia (PMDB).
Muita gente estranhou as atitudes de Serra em relação às universidades, especialmente porque o governador foi ele mesmo um acadêmico e não teria motivos para comprar briga neste campo. No que diz respeito ao Cruesp, o recuo mostra que talvez o governador não tenha sido alertado sobre as consequências do decreto – faltou alguém que gritasse "vai dar m...", como diria o compositor Chico Buarque, partidário da criação de um ministério (ou secretaria, no caso dos governos de Estado) com a função exclusiva de dar este tipo de alerta para os governantes. Já o contingenciamento dos recursos é um pouco mais preocupante, pois não há hipótese de Serra, centralizador e meticuloso que é, não ter recebido a informação correta sobre o que seria feito e, portanto, avalizado a medida.
Muita gente estranhou as atitudes de Serra em relação às universidades, especialmente porque o governador foi ele mesmo um acadêmico e não teria motivos para comprar briga neste campo. No que diz respeito ao Cruesp, o recuo mostra que talvez o governador não tenha sido alertado sobre as consequências do decreto – faltou alguém que gritasse "vai dar m...", como diria o compositor Chico Buarque, partidário da criação de um ministério (ou secretaria, no caso dos governos de Estado) com a função exclusiva de dar este tipo de alerta para os governantes. Já o contingenciamento dos recursos é um pouco mais preocupante, pois não há hipótese de Serra, centralizador e meticuloso que é, não ter recebido a informação correta sobre o que seria feito e, portanto, avalizado a medida.
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