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FGTS no mercado de capitais: uma boa idéia?

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, pode ser muita coisa, mas bobo, não é. Deputado federal de primeiro mandato pelo PDT de São Paulo, Paulinho esteve reunido nesta terça-feira com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a quem levou uma arrojada proposta da sua central para a negociação em torno da Medida Provisória 349, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e estabelece o uso de, inicialmente, R$ 5 bilhões de recursos do fundo para investimentos em infra-estrutura. A idéia da Força é que seja incluída na MP uma emenda permitindo também que o trabalhador possa aplicar até 10% dos recursos do FGTS no mercado de capitais, isto é, na bolsa de valores.

Paulinho realmente não é bobo. É evidente que se a proposta for aceita e se tornar realidade, muitos trabalhadores serão beneficiados com rendimentos maiores do que os parcos 3% do FGTS. O problema é que mercado de capitais tem riscos e, como manda a regra do jogo, muita gente também vai perder dinheiro. Paulinho certamente está de olho no mercado de aconselhamento de investimentos que surgirá para os sindicatos. É bom lembrar que já há algumas experiências, no âmbito da própria Força Sindical, de sindicatos que criaram "clubes de investimentos" para aplicar recursos dos trabalhadores na Bovespa.

Do ponto de vista do governo, a conversa de Paulinho deve ter caído bem, pois diminui as resistências à aprovação da MP 349, liberando assim os recursos do Fundo para as obras. O atual governo tem dinheiro de menos e obras prometidas demais. Alguém precisa pagar a conta.

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