A matéria abaixo, da Agência Estado, revela o que todo mundo no meio político sabe e comenta, mais em off do que em on: a eleição de Michel Temer (PMDB) na Câmara não é tão líquida e certa como o grupo político que o apóia tenta fazer crer. Temer tem o apoio de 12 partidos, mas este blog duvida que um único deles vote coeso no peemedebista. Também é evidente que a eleição se Sarney no Senado pode complicar a vida de Temer. Sim, ele ainda é o favorito, mas muito provavelmente terá de enfrentar um segundo turno na madrugada da próxima terça-feira. E na madrugada, basta lembrar a eleição de Severino Cavalcanti, tudo pode acontecer...
PT admite traições a Temer se Sarney vencer
Avaliação foi feita ontem na primeira reunião do ano da Executiva Nacional
Vera Rosa
A cúpula do PT considera "muito difícil" a eleição de Tião Viana (PT-AC) à presidência do Senado e não descarta a possibilidade de traições na Câmara, caso o senador José Sarney (PMDB-AP)vença a disputa, na segunda-feira. A avaliação foi feita ontem, na primeira reunião do ano da Executiva Nacional do PT, embora oficialmente o discurso seja o da coesão.
"Lamentavelmente o voto é secreto", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Deveria ser aberto, para assegurar a posição partidária." Ainda assim, Berzoini disse ter "total convicção" de que os deputados do PT cumprirão o acordo com o PMDB e votarão em Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da Câmara.
Viana esteve ontem na sede do PT e pediu à Executiva que o ajude a conquistar votos na seara tucana. O petista vai se reunir hoje com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e com o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), que já manifestaram aval a Sarney. Viana aposta, porém, que o governador José Serra - desafeto de Sarney - possa reverter votos em seu benefício.
"Negar que essa disputa é difícil e acirrada é negar a realidade", admitiu Berzoini. "É difícil, mas não está encerrada." Na tentativa de dissipar as preocupações, no entanto, Berzoini lembrou que, em 2007, muitos não acreditavam na viabilidade eleitoral de Arlindo Chinaglia (PT-SP), que rachou a base de sustentação governista ao concorrer contra Aldo Rebelo (PC do B-SP).
O discurso para consumo externo, porém, não condiz com as articulações de bastidores. O receio é que deputados descontentes com o excessivo poder do PMDB deixem Temer ao relento e descarreguem votos em Aldo ou mesmo em Ciro Nogueira (PP-PI). Cálculos do partido indicam que aproximadamente 12 petistas, capitaneados pelo deputado Domingos Dutra (MA), trairão Temer.
"A votação é secreta, não há como fazer a conferência dos votos", argumentou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). No diagnóstico de Viana, a nova correlação de forças no Congresso afetará as alianças para a eleição presidencial de 2010. "O PMDB, no comando da Câmara e do Senado, provoca um desequilíbrio partidário que pode afetar tanto a candidatura de Dilma (Rousseff) como a de (José) Serra", observou.
PT admite traições a Temer se Sarney vencer
Avaliação foi feita ontem na primeira reunião do ano da Executiva Nacional
Vera Rosa
A cúpula do PT considera "muito difícil" a eleição de Tião Viana (PT-AC) à presidência do Senado e não descarta a possibilidade de traições na Câmara, caso o senador José Sarney (PMDB-AP)vença a disputa, na segunda-feira. A avaliação foi feita ontem, na primeira reunião do ano da Executiva Nacional do PT, embora oficialmente o discurso seja o da coesão.
"Lamentavelmente o voto é secreto", afirmou o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "Deveria ser aberto, para assegurar a posição partidária." Ainda assim, Berzoini disse ter "total convicção" de que os deputados do PT cumprirão o acordo com o PMDB e votarão em Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da Câmara.
Viana esteve ontem na sede do PT e pediu à Executiva que o ajude a conquistar votos na seara tucana. O petista vai se reunir hoje com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e com o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), que já manifestaram aval a Sarney. Viana aposta, porém, que o governador José Serra - desafeto de Sarney - possa reverter votos em seu benefício.
"Negar que essa disputa é difícil e acirrada é negar a realidade", admitiu Berzoini. "É difícil, mas não está encerrada." Na tentativa de dissipar as preocupações, no entanto, Berzoini lembrou que, em 2007, muitos não acreditavam na viabilidade eleitoral de Arlindo Chinaglia (PT-SP), que rachou a base de sustentação governista ao concorrer contra Aldo Rebelo (PC do B-SP).
O discurso para consumo externo, porém, não condiz com as articulações de bastidores. O receio é que deputados descontentes com o excessivo poder do PMDB deixem Temer ao relento e descarreguem votos em Aldo ou mesmo em Ciro Nogueira (PP-PI). Cálculos do partido indicam que aproximadamente 12 petistas, capitaneados pelo deputado Domingos Dutra (MA), trairão Temer.
"A votação é secreta, não há como fazer a conferência dos votos", argumentou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). No diagnóstico de Viana, a nova correlação de forças no Congresso afetará as alianças para a eleição presidencial de 2010. "O PMDB, no comando da Câmara e do Senado, provoca um desequilíbrio partidário que pode afetar tanto a candidatura de Dilma (Rousseff) como a de (José) Serra", observou.
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