Pular para o conteúdo principal

Grandes jornais crescem até 3% enquanto
populares têm expansão de 11% em 2008

A matéria abaixo está na Folha de S. Paulo de hoje e revela que os jornalões conseguiram aumentar a circulação em 2008, mas em um patamar bem menor do que as publicações classificadas como "populares". A Folha está orgulhosa da "liderança" entre os jornalões, mas o crescimento foi pífio: 2,87% no "melhor ano de nossas vidas" da economia brasileira. É bastante provável que em 2009 os populares continuem a crescer mas os jornalões estagnem ou até percam leitores. A ver.

Circulação de jornais aumenta 5% no país

DA REPORTAGEM LOCAL

A circulação média diária de jornais no Brasil no ano passado cresceu 5% na comparação com 2007, de 4,14 milhões de exemplares para 4,35 milhões de exemplares, segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), empresa que audita a circulação de jornais no país.
O crescimento nas vendas de jornais em 2007 e 2006 havia sido de 11,8% e 6,5%, respectivamente. Apesar de a expansão em 2008 ser menor que a dos últimos dois anos, o crescimento do mercado de jornais no Brasil tem sido maior do que a média mundial -a circulação média diária no mundo subiu 2,57% em 2007, segundo a Associação Mundial de Jornais.
Entre os principais jornais do país, a Folha registrou maior crescimento na comparação com todos os seus concorrentes diretos.
A circulação média diária da Folha cresceu 2,87% no ano passado sobre 2007. A circulação de "O Estado de S. Paulo" subiu 1,82%, e a de "O Globo", 0,38%, de acordo com o IVC.
Na categoria de jornais populares, o mineiro "Super Notícia", que custa R$ 0,25, obteve expansão de 27,02% em relação a 2007. O jornal "Agora São Paulo", do Grupo Folha, registrou crescimento de 0,17% no período e continua, em sua categoria, líder em circulação média diária (83.400 exemplares no ano passado) em relação aos principais concorrentes paulistas. O "Diário de S. Paulo" registrou queda de 3,41% na circulação em 2008, que recuou para 70.009 exemplares.
Murilo Bussab, diretor de Circulação da Folha, diz que o crescimento do mercado de jornais "está claramente influenciado pelos jornais populares e pelos regionais". "E isso parece refletir o desenvolvimento econômico do país em 2008", completa.
Segundo ele, na categoria dos jornais populares, a circulação média diária no ano passado subiu 11,8% em relação a 2007 e, na categoria dos regionais, 10,4%. "O crescimento do "Super Notícia" foi "anormal" comparado com todos os outros jornais, pois teve um modelo de preço extremamente baixo e promoções agressivas para abrir o mercado de Belo Horizonte."
A Folha, segundo o IVC, é a primeira colocada do ranking de jornais do país, com 7,17% de participação de mercado e circulação média diária de 311.287 exemplares no ano passado. Em segundo lugar vem o "Super Notícia", com 6,98% de participação e venda média diária de 303.087 exemplares. Em seguida estão o jornal "Extra", do Rio, com 6,62% de participação; "O Globo", com 6,48%, e "O Estado de S. Paulo", com 5,67%, aponta o IVC.
Ricardo Costa, diretor-geral do IVC, diz que a venda de jornais está diretamente ligada ao poder aquisitivo da população e que o Brasil tem potencial para expandir esse mercado.
O consumo diário de jornais no país a cada mil habitantes é de 53 exemplares, segundo a Associação Mundial de Jornais. No México, esse número é de 148 exemplares. Nos Estados Unidos, de 241, e, no Reino Unido, de 335 exemplares. "Esses dados mostram que existe grande espaço para aumentar as vendas de jornais no Brasil. E vejo que os jornais têm feito um grande trabalho para melhorar cada vez mais os seus produtos", afirma Costa.
Para Bussab, o desempenho do setor em dezembro do ano passado já mostra desaceleração em relação à média do ano. "Isso indica que, para 2009, a expectativa deve ser de um mercado mais estável. Não deverá haver retração por efeito da crise, mas, sim, estabilização num patamar já elevado comparado com os últimos anos."

Comentários

  1. Caro Luiz Antonio:
    Vc reparou como a Folha noticia o Forum Social no Pará? Dedicam uma páginga apenas sendo que ontem esse evento reuniu 5 chefes de estado. Por que essa má-vontade? Lembra do movimento Cansei? Se voltar na época verá q o jornal dedicava até 3 páginas para o movimento. Ridículo não?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe