A decisão do Copom desta quarta-feira de reduzir a taxa básica de juros em um ponto percentual revela que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, finalmente decidiu mudar a condução da política monetária e iniciar um ciclo de flexibilização. Alguns criticam a medida e acham a diminuição de um ponto percentual insuficiente diante da crise. Este blog acha que Meirelles pode ser muita coisa, mas burro não é. Senão vejamos: a decisão de reduzir a taxa em um ponto percentual, partindo de um Copom sabidamente conservador, já indica que nas próxima reuniões o processo de flexibilização monetária deverá continuar, com o juro básico apontando para pelo menos 11% já no primeiro semestre. Se isto de fato ocorrer, o Brasil terá o menor juro nominal desde o início do Plano Real (não é possível comparar com períodos anteriores), e a menor taxa real deste mesmo período (considerando uma inflação na casa de 5,5%, a taxa real cairia para pouco mais de 6%).
Como se vê, não é pouca coisa. Politicamente, pode ajudar bastante o discurso do "nunca antes neste país" do presidente Lula. Não vai tirar Meirelles da linha de tiro dos críticos, até porque muita crítica não passa de demagogia barata. Um Paulo Skaf, da Fiesp, por exemplo, dizendo que a redução foi de "apenas 1 ponto" é ridículo porque nem sequer espelha o que pensam os industriais paulistas, muitos dos quais rentistas e fiéis defensores da ortodoxia que o atual presidente do BC encarna.
De toda maneira, o rumo está correto, a queda da taxa básica era o que todos esperavam. Resta agora prestar atenção para o comportamento dos bancos, financeiras e do comércio em geral. A baixa do juro na ponta será repassada para o consumidor? Em que montante? A partir de amanhã, essa resposta deve começar a aparecer nas ruas, no mundo real. É ver para crer.
Como se vê, não é pouca coisa. Politicamente, pode ajudar bastante o discurso do "nunca antes neste país" do presidente Lula. Não vai tirar Meirelles da linha de tiro dos críticos, até porque muita crítica não passa de demagogia barata. Um Paulo Skaf, da Fiesp, por exemplo, dizendo que a redução foi de "apenas 1 ponto" é ridículo porque nem sequer espelha o que pensam os industriais paulistas, muitos dos quais rentistas e fiéis defensores da ortodoxia que o atual presidente do BC encarna.
De toda maneira, o rumo está correto, a queda da taxa básica era o que todos esperavam. Resta agora prestar atenção para o comportamento dos bancos, financeiras e do comércio em geral. A baixa do juro na ponta será repassada para o consumidor? Em que montante? A partir de amanhã, essa resposta deve começar a aparecer nas ruas, no mundo real. É ver para crer.
Reflito, Meireles não estaria mais pra sobrevivencia política do Governo Lula do que pra economia?
ResponderExcluirA reunião de hoje com os bancos públicos não foi mais importante que o Copom ontem?
Na carta de Paul Krugman ao Presidente Obama, publicada na Rollig Stone ele aconselha o Presidente a utilizar os bancos quase estatizados como ferramenta de reaquecimento da economia. O Brasil tem bancos públicos. A questão é: será permitido ao Presidente Lula utilizá-los?
Meireles parece pensar assim. Estaria Meireles para Krugman, assim como Armínio Fraga para Paul Volker?
Palhaço paulista