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Acabou 2020, começou a corrida por 2022

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Depois de uma eleição realizada em plena segunda onda da pandemia de Covid-19 no Brasil – até mesmo o candidato Guilherme Boulos (PSOL) testou positivo na semana decisiva -, todos os olhos começam a se voltar para o futuro, precisamente para 2022, quando o Brasil terá eleições gerais. 

Olhando os resultados finais das eleições municipais, é possível dizer que os dois extremos não foram bem. O presidente Jair Bolsonaro foi um péssimo cabo eleitoral, os candidatos que apoiou, em sua maioria, foram derrotados nas urnas. O ex-presidente Lula também amargou uma derrota significativa, pela primeira vez desde a redemocratização, nenhuma capital será administrada por um petista. Por outro lado, não há vencedores claros neste ano estranho. O DEM pode ser apontado como partido de performance surpreendente, o que dá ainda mais força para o projeto político do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, hoje a maior liderança do partido ao lado de ACM Neto, que por sinal elegeu seu candidato em Salvador com facilidade.  

Se olharmos as principais capitais, São Paulo mostrou a força do tucanato, a vitória de Bruno Covas já era esperada, mas veio com uma votação superior ao que previam as pesquisas. Boulos bateu no teto atual da esquerda, ganhou na zona sul com o apoio do PT, mas não conseguiu romper a barreira do conservadorismo dos paulistanos. De fato, tirando Erundina, eleita em outra circunstância e sem segundo turno, Haddad e Marta são aquilo que se pode chamar de esquerda caviar, a única que a cidade parece tolerar.  No Rio de Janeiro, Eduardo Paes venceu com folga, o que tambem já era esperado. Lá, a desunião da esquerda permitiu que Crivella estivesse no segundo turno, facilitando muito a vida do ex-prefeito, que vai administrar a cidade pela terceira vez. 

É evidente que a eleição municipal não deve ser vista como uma prévia das eleições gerais, são bastante distintas as dinâmicas, mas o fato é que se há uma tendência, é a de que o Centrão e DEM ampliem as suas forças, inclusive para barganhar em torno de projetos no Congresso e, em especial, de recursos para os municípios que vão administrar. Problema para Bolsonaro.  (por Luiz Antonio Magalhães em 29/11/20)



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