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Denise está falando

A ex-diretora da Anac Denise Abreu começou a depor na comissão de Infra-Estrutura do Senado. Pelo que se ouviu até agora, no preâmbulo em que explicou as suas motivações, a mulher está bem calma e segura do que vai falar na seqüência. Se ela de fato tem bala na agulha, saberemos em breve, mas que não se espere de Denise o estilo "não sei de nada" de outros depoentes em episódios recentes e escândalos anteriores. Não deixa de ser irônico que a oposição toda tenha pedido da cabeça da "charuteira" Denise quando ela era diretora da Anac: agora, tucanos e democratas só faltam estender o tapete vermelho para madame...

Comentários

  1. Blog do Nassif

    11/06/08 09:21

    Veja, a TAM e a Varig


    Há um conjunto amplo de fatos nebulosos que podem ser explorados, aprofundados, explicados ou denunciados no caso Varig.

    A revista Veja resolveu enveredar por uma linha nova: a “denúncia” de que os controladores da Varig recusaram uma proposta muito mais vantajosa da TAM, preferindo vender para a Gol.

    Desafiada a mostrar os documentos, apresentou uma carta na qual a TAM, respondendo a uma proposta dos controladores da Varig, comunica o interesse em discutir a questão; anota que o preço pedido (não o ofertado) é de R$ 1,2 bi; e que as negociações teriam caráter não-vinculativo – isto é, que sua carta não era apenas uma manifestação de intenção, não uma proposta.

    O que determina o valor de venda obviamente não é o que o vendedor propõe, mas o que o(s) comprador(es) está disposto a pagar. E a TAM faria uma proposta depois de analisar a situação da Varig.

    Vários fatores influem no preço final:

    1. Os dados de desempenho e o valor estratégico da companhia.

    2. Os fatores de risco (jurídico, financeiro, trabalhista etc.)

    3. A pressa do vendedor.

    Era fato público que os controladores estavam com a corda no pescoço. E é fato público – a partir do comunicado da TAM – que ela considerou excessivos os riscos do negócio e preferiu não apresentar uma proposta formal. Assim, apenas a Gol ficou no páreo e acabou pagando um preço salgado – em comparação com o preço pago pelo fundo no leilão da Varig -, mas logicamente muito abaixo das pretensões dos vendedores.

    Portanto, se a única prova da revista é a carta da TAM, a matéria relatada pela revista não se sustenta nos fatos.




    enviada por Luis Nassif

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