Certas coisas que acontecem na política parecem coincidências e são mesmo coincidências. Outras parecem, mas não são. No início deste ano, um funcionário da Casa Civil da Presidência da República, indicado pelo ex-ministro José Dirceu, vazou um suposto dossiê sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pegou mal para a chefe do funcionário, a ministra Dilma Rousseff, que teve até que explicar o caso no Senado, em uma sessão que acabou servindo de palanque para a ministra, tamanha a incompetência da oposição em argui-lá. Hoje, o jornal O Estado de S. Paulo publica uma nova denúncia contra Dilma, desta vez partindo da ex-diretora da Anac Denise Abreu, sobre uma suposta operação coordenada pela chefe da Casa Civil para beneficar a Varig e Roberto Teixeira, advogado da companhia e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bem, adivinhe o leitor de quem foi a indicação de Denise Abreu para a Anac? Ganhou um doce quem pensou no ex-ministro Zé Dirceu. É claro que pode ser tudo coincidência, ainda mais considerando que Dilma se posicionou favoravelmente à fusão da Brasil Telecom com a Oi, um negócio meio aborrecido para a concorrência, especialmente a Claro, controlada pela Telmex de Carlos Slim, um dos principais clientes do consultor José Dirceu... Um dia alguém ainda vai contar essas histórias direito.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
boa essa corrente de coincidências...
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