Estão cada vez mais tensas e distantes as relações entre democratas e tucanos. Nas eleições de outubro, DEM e PSDB correrão separados no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, e muito provavelmente também em São Paulo. Ou seja, em nenhuma capital que de fato conta a aliança acontecerá. Mas muito pior é o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul, onde o vice-governador democrata está desconstruindo, para usar um verbo bem ao gosto de José Serra, o governo da governadora tucana. Com amigos assim, essa gente não precisa de inimigos...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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