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Sobre SP, RJ, BH e Salvador

De volta à base, depois de uma rápida mas interessante viagem às capitais da Bahia, Minas e do Rio de Janeiro, vamos a algumas rápidas considerações sobre as pesquisas recém saídas do forno.

Em São Paulo, o jogo parece decidido, salvo algum grande fato político nesta sexta-feira. Marta teria de trucidar Kassab no debate ou revelar algo realmente impactante ao longo do dia. Mesmo assim, teria de ser algo demolidor, porque entre sexta e domingo o tempo é muito curto para que a população toda tome conhecimento e consiga digerir a notícia. Uma piada diz que a esta altura o candidato democrata só perde a eleição se for pego na cama com um homem vivo ou com uma mulher morta. O prefeito não é bobo, vai ao debate apenas para não ganhar a pecha de fujão, que sempre acaba tirando uns votinhos, mas deve aplicar a velha tese do futebol gaúcho de que a melhor defesa é a defesa mesmo... Retranca total, até porque a diferença é muito grande.

Em Salvador, pelo que o blogueiro pôde observar, a tendência é a vitória do prefeito João Henrique Carneiro, do PMDB, mas lá é sempre prudente não descartar uma surpresa. Walter Pinheiro, do PT, tem baixa rejeição e o apoio cada vez mais explícito do governador Jaques Wagner, um político muito querido dos baianos. Difícil achar quem fale mal de Wagner. No máximo, alguém diz que ele leva tudo na lábia ou que é um bom cervejeiro, o que em Salvador não deixa de ser um elogio. Pinheiro vai tentar repetir justamente a performance de Wagner, que, desacreditado nas pesquisas, mostrou a força que de fato tinha apenas na hora que as urnas foram abertas.

Na capital de Minas Gerais, o cenário está bem mais indefinido. Márcio Lacerda (PSB) subiu bastante nos últimos dias e embolou um jogo que parecia ganho para Leonardo Quintão (PMDB). São tantas as baixarias nesta reta final - há até acusações de violência doméstica - que não dá mais para apostar em um vencedor. Se a tendência de alta de Lacerda permanecer, então a fatura está liquidada, mas é bom não subestimar o talento de Quintão, um jovem que ainda vai dar muito o que falar na política mineira, com seu jeito de new coronel ou falso matuto, como queiram. O fato é que Quintão é espertíssimo e não será nenhuma surpresa se bater Lacerda.

O Rio de Janeiro, por fim, deve ter uma das eleições mais disputadas do Brasil. Gabeira (PV) de certa forma deu sorte de disputar com Eduardo Paes (PMDB), um político um tanto insosso, o segundo turno na Cidade Maravilhosa. Sim, porque Gabeira é sempre um sucesso em eleições legislativas, mas um fracasso quando concorre a cargos executivos. Político polêmico e arrojado, Fernando Gabeira tem muita dificuldade para obter a maioria dos votos, tantas são as idéias além de seu tempo que defende. Desta vez, porém, enfrenta um candidato cuja principal virtude é o apoio que tem do governador Sérgio Cabral e do governo federal, apesar de ter sido um crítico severo da gestão Lula. Este blog tende a acreditar mais na vitória de Paes, até pela força do voto enrustido, aquele que não aparece nas pesquisas. Aconteceu em São Paulo com Jânio Quadros - os eleitores do ex-presidente não diziam que votariam nele e as pesquisas davam Fernando Henrique na frente. Abertas as urnas, Jânio levou a prefeitura e mandou detetizar a cadeira em que FHC soberbamente tinha sentado antes de vencer a parada. No Rio, quem vota em Gabeira diz isto de alto em bom som. Já quem prefere Paes não tem esta mesma contundência. É óbvio que Gabeira vai ganhar na zona sul e entre os descolados, mas quem elege o prefeito é o povão do subúrbio, que pode achar demais da conta um prefeito que comemora a passagem para o segundo turno desfilando de toalha vermelha. Nada contra Gabeira, nenhum preconceito, muito pelo contrário. Apenas a constatação de que certas coisas não pegam bem em Campo Grande, no Realengo, em Bangu...

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