Em mais uma colaboração para o blog, o santista Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, comenta os efeitos da crise financeira global na vida real das pessoas. A seguir, o texto na íntegra.
Nestes dias sombrios de nuvens calmas e mercados nervosos, tenho tentado manter equidistância do ímpeto e da inércia.
Ímpeto de sair por aí e gritar contra a queda do muro - de Wall Street, a Rua do Muro. E a inércia de ficar ruminando sobre o destino, sobre o futuro, sobre o que se acumula ou do que se deixou de aproveitar. O mercado socorrido pelo Estado. Ou melhor, pelos Estados americanos e europeus.
E o que é mercado? É algo que acumuladores inventaram para garantir seus altos ganhos com especulação. Mas as regras só valem para quando ganham. Quando perdem, passa a valer a intervenção do Estado. E quem é o mercado? Na euforia, quem se apropria dele são os investidores peixes grandes. Na depressão, são os investidores bagrinhos que herdam o esqueleto... Ou, pior, os reles consumidores endividados.
A globalização vale para quando as coisas andam bem, mas é muito rigorosa nos tempos das vacas frias. Se a crise começou nos seniors EUA, ela se propaga para os países asiáticos, para as potências européias e para os estagiários latino-americanos.
Uma frase que ouvi por aí pode explicar melhor este turbilhão de idéias: "quem não planeja, tem destino. Quem planeja, tem futuro". Mais uma vez, o cavalo passou arriado e o Brasil não aproveitou.
O cidadão comum vê no açougue que o bife já não é mais seu. Que o sonho do carrinho acaba no posto mais próximo. Que a casa própria estava tão perto e agora foi parar no abismo americano. Que a educação de melhor qualidade vai ficar, no máximo, para seus netos. E percebe que todo o dinheiro arrecadado de seu suor que havia parado nas mãos do Estado vai sumir no meio de mais uma bolha.
E o cidadão, mais uma vez, senta na mesa para contar para seus filhos que está na hora de economizar. Que o bolo parou de crescer. Haja farinha. Haja....
Nestes dias sombrios de nuvens calmas e mercados nervosos, tenho tentado manter equidistância do ímpeto e da inércia.
Ímpeto de sair por aí e gritar contra a queda do muro - de Wall Street, a Rua do Muro. E a inércia de ficar ruminando sobre o destino, sobre o futuro, sobre o que se acumula ou do que se deixou de aproveitar. O mercado socorrido pelo Estado. Ou melhor, pelos Estados americanos e europeus.
E o que é mercado? É algo que acumuladores inventaram para garantir seus altos ganhos com especulação. Mas as regras só valem para quando ganham. Quando perdem, passa a valer a intervenção do Estado. E quem é o mercado? Na euforia, quem se apropria dele são os investidores peixes grandes. Na depressão, são os investidores bagrinhos que herdam o esqueleto... Ou, pior, os reles consumidores endividados.
A globalização vale para quando as coisas andam bem, mas é muito rigorosa nos tempos das vacas frias. Se a crise começou nos seniors EUA, ela se propaga para os países asiáticos, para as potências européias e para os estagiários latino-americanos.
Uma frase que ouvi por aí pode explicar melhor este turbilhão de idéias: "quem não planeja, tem destino. Quem planeja, tem futuro". Mais uma vez, o cavalo passou arriado e o Brasil não aproveitou.
O cidadão comum vê no açougue que o bife já não é mais seu. Que o sonho do carrinho acaba no posto mais próximo. Que a casa própria estava tão perto e agora foi parar no abismo americano. Que a educação de melhor qualidade vai ficar, no máximo, para seus netos. E percebe que todo o dinheiro arrecadado de seu suor que havia parado nas mãos do Estado vai sumir no meio de mais uma bolha.
E o cidadão, mais uma vez, senta na mesa para contar para seus filhos que está na hora de economizar. Que o bolo parou de crescer. Haja farinha. Haja....
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