Pular para o conteúdo principal

Jorge Rodini: Agonia Eleitoral

O que vai abaixo é mais uma colaboração do craque Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, para o blog. A seguir, a análise de Rodini:


O último dia antes das eleições para prefeito deve estar sendo penoso para a maioria dos candidatos com chances efetivas de serem eleitos ou de irem a um segundo turno.

Lêem e relêem pesquisas, conversam com assessores, buscam o aconchego da família, enfim, passam a limpo estes meses intermináveis de campanha. Suas vidas vão ser decididas por um ato de meio minuto de cada um dos eleitores. Estratégias são reavaliadas, decisões postergadas, dá uma vontade infinita de estar só e ao mesmo tempo cercado pelo povo.

O grande final vai se aproximando. Será que os resultados das pesquisas se confirmam? Afinal , pesquisa concreta é a das urnas. É? Dá vontade de ligar para o adversário para saber se ele está tão ansioso quanto... Mas não dá, né? Melhor esperar o veredito.

E se chover? E se acontecer algo impensável? Estão dizendo pela cidade qua a coisa está apertada. Meu Deus, que agonia...

Os candidatos à espera da decisão final. Fatal, para alguns. É melhor descansar, não, tem que ir para as ruas, para as praças. Quem faz companhia? Nesta hora, o povo tem poder, e que poder. Ele decide o que pode ser o melhor para sua cidade. Quer ouvir o povo, o seu eleitor, mas também o dos adversários.Quer ouvir, quer calar. Que agonia, meu Deus!

No somatória final, todos ganham mesmo. Este momento eleitoral pode ser agoniante, expõe as feridas, as fraquezas e relembra os momentos de suprema felicidade do apoio popular. Pode ser de agonia, mas é salutarmente democrático.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um pai

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir.  Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho.  Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios.  Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte?  Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir.  Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...

Dica da Semana: Tarso de Castro, 75k de músculos e fúria, livro

Tom Cardoso faz justiça a um grande jornalista  Se vivo estivesse, o gaúcho Tarso de Castro certamente estaria indignado com o que se passa no Brasil e no mundo. Irreverente, gênio, mulherengo, brizolista entusiasmado e sobretudo um libertário, Tarso não suportaria esses tempos de ascensão de valores conservadores. O colunista que assina esta dica decidiu ser jornalista muito cedo, aos 12 anos de idade, justamente pela admiração que nutria por Tarso, então colunista da Folha de S. Paulo. Lia diariamente tudo que ele escrevia, nem sempre entendia algumas tiradas e ironias, mas acompanhou a trajetória até sua morte precoce, em 1991, aos 49 anos, de cirrose hepática, decorrente, claro, do alcoolismo que nunca admitiu tratar. O livro de Tom Cardoso recupera este personagem fundamental na história do jornalismo brasileiro, senão pela obra completa, mas pelo fato de ter fundado, em 1969, o jornal Pasquim, que veio a se transformar no baluarte da resistência à ditadura militar no perío...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...