Pular para o conteúdo principal

Eles choram e a economia real bomba

É preciso saber ler o noticiário econômico. Se o internauta der busca por Fiesp no Google News, vai achar uma série de matérias com as lideranças da indústria paulista reclamando da política monetária e expressando grande preocupação com a alta da taxa de juros. Em várias dessas matérias, os industriais dizem que "já estão sentindo" os efeitos do aperto monetário. Bem, não é o que mostram as estatísticas da própria Fiesp, conforme se pode ler abaixo, em nota publicada nesta quinta-feira na Folha de S. Paulo. O mesmo vale para o comércio, que chora todas as pitangas e quando o leitor vai ver, a notícia é que a venda dos supermercados aumentou espantosos 8,7%, conforme atesta a segunda nota, também da Folha. Essa gente faz lembrar o velho ditado: quem não chora não mama...


INDÚSTRIA
Atividade no 1º semestre é a maior desde 2004

A atividade industrial em São Paulo registrou no primeiro semestre o maior crescimento desde 2004, levando o setor a revisar a previsão para o ano.
Nos seis primeiros meses, a atividade acumulou alta de 8,8%. "O resultado de junho surpreendeu", disse Paulo Francini, diretor econômico da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A Fiesp elevou ontem a estimativa de expansão da indústria em 2008 de 5,5% para algo entre 6% e 6,5%. Para o segundo semestre, a entidade já prevê cenário de acomodação.


VAREJO
Vendas de supermercados crescem 8,7%

As vendas de supermercados tiveram aumento real de 8,66% no primeiro semestre, o melhor resultado em cinco anos, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Na comparação de junho com igual mês de 2007, a alta foi de 7,58%.
Para o presidente da Abras, Sussumu Honda, o volume está estável ou pode até ter havido redução, com a expansão no faturamento sendo sustentada pelos preços em alta. O AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, teve aumento real de 14,83% em um ano. (TR)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...