O Caso Daniel Dantas ainda vai dar pano para muita manga, mas um aspecto do episódio está sendo solenemente ignorado pela grande imprensa. A investigação do delegado Protógenes Queiroz que culminou na prisão do dono do Opportunity tem como pano de fundo o esquema do mensalão. Pois bem, se o leitor fizer um esforço de memória e voltar a 2005, no auge da crise política, vai certamente lembrar que houve um momento em que até mesmo os aliados de Lula apostavam que a oposição "botaria para quebrar", aprofundando as investigações para conseguir, eventualmente, o impeachment do presidente. Pois isto não aconteceu e a explicação corrente para a tibieza dos oposicionistas foi a opção por uma estratégia que consistia em fazer Lula "sangrar" em praça pública, tornando-o um "pato manco". Desta forma, diziam, seria fácil bater o PT nas urnas sem que houvesse uma crise institucional.
Com as revelações do envolvimento de Daniel Dantas no esquema do mensalão, a história dos oposicionistas parece no mínimo um pouco torta. Agora fica claro que se a investigação fosse aprofundada, o traseiro do senador Eduardo Azeredo, então presidente do PSDB, não seria o único a ficar exposto na janela, com o perdão da má expressão. Caso os bravos oposicionistas seguissem a pista do dinheiro, como gostam de dizer os norte-americanos, inevitavelmente a apuração chegaria no grande mentor e financiador do esquema (Daniel Dantas) e não apenas no operador (Marcos Valério), como de fato ocorreu.
Ora, se a investigação chegasse em Daniel Dantas, o governo Lula teria um problemão, mas a oposição de direita, representada pelo consórcio tucano-pefelista (hoje Democratas), também não ficaria nada bem na fita. Ao contrário, talvez saísse ainda pior do que os petistas, uma vez que Dantas se fez como empresário e enricou durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, sempre atuando no que os cientistas políticos tucanos gostam de chamar de "zona cinzenta" da moralidade do Estado.
Um dia, no futuro distante, os historiadores poderão avaliar melhor se Daniel Valente Dantas não foi a principal razão do súbito WO da direita na eleição de 2006. Afinal, vão-se os anéis, ficam os dedos. O ditado explica tudo...
Com as revelações do envolvimento de Daniel Dantas no esquema do mensalão, a história dos oposicionistas parece no mínimo um pouco torta. Agora fica claro que se a investigação fosse aprofundada, o traseiro do senador Eduardo Azeredo, então presidente do PSDB, não seria o único a ficar exposto na janela, com o perdão da má expressão. Caso os bravos oposicionistas seguissem a pista do dinheiro, como gostam de dizer os norte-americanos, inevitavelmente a apuração chegaria no grande mentor e financiador do esquema (Daniel Dantas) e não apenas no operador (Marcos Valério), como de fato ocorreu.
Ora, se a investigação chegasse em Daniel Dantas, o governo Lula teria um problemão, mas a oposição de direita, representada pelo consórcio tucano-pefelista (hoje Democratas), também não ficaria nada bem na fita. Ao contrário, talvez saísse ainda pior do que os petistas, uma vez que Dantas se fez como empresário e enricou durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, sempre atuando no que os cientistas políticos tucanos gostam de chamar de "zona cinzenta" da moralidade do Estado.
Um dia, no futuro distante, os historiadores poderão avaliar melhor se Daniel Valente Dantas não foi a principal razão do súbito WO da direita na eleição de 2006. Afinal, vão-se os anéis, ficam os dedos. O ditado explica tudo...
Comentários
Postar um comentário
O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.