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A vida depois da pandemia

Abertura da Newsletter da LAM Comunicação. Boa semana a todos.

Nesta semana, o filho de oito anos do autor desta coluna estava contente porque viu os colegas da escola. Foi a segunda semana com uma, isto mesmo, uma única “aula”, na verdade duas horas de atividades extracurriculares, um vez por semana. Muito pouco para os pais, que trabalham doze horas por dia e estão enlouquecidos com o home schooling amador e improvisado do colégio em que ele estuda, da fina flor da elite paulistana. Se é assim no todo renomado Santa Cruz, #imaginanaCopa?

São Paulo, a cidade, está na fase verde. Superamos o pior da pandemia de Covid-19, as curvas estão embicando para baixo, mas ao mesmo tempo assistimos com preocupação a suposta segunda onda na Europa. Casos sobem, mas as mortes não crescem na mesma proporção. Será que é porque estão testando mais? Os chamados de lockdown no velho continente não nos autorizam otimismo. Será que vai haver segunda onda no Brasil com o fim do isolamento social? Ninguém sabe, nem mesmo os epidemiologistas, certo mesmo é que só com as vacinas estaremos de fato seguros.

E o que acontece neste cenário? O que ocorre é uma corrida atrás dos prejuízos. Tentativa infeliz de esquecer o que se passou neste inverno histórico, na verdade foi até mais tempo, seis meses de isolamento social, uma quarentena que ninguém vai deixar para trás nas memórias. 

Mas a vida segue, já é possível perceber os sinais da retomada. No centro financeiro de São Paulo, a Faria Lima, há vida de novo, restaurantes estão funcionando a pleno vapor e há pessoas nas ruas. O mesmo ocorre nas capitais de todos os estados, com a volta até do trânsito, que não deixou saudades, e também de aglomerações, como se a pandemia já tivesse passado.

Não passou, mas vai passar. Enquanto isto, tem eleições nos EUA, fundamentais para o Brasil, colônia que sempre foi. Temos ainda as eleições muncicipais por aqui, também relevantes. Bolsonaro segue forte, apesar de senadores aliados com nádegas cheias de dinheiro.  Se isto não gera indignação, nada mais vai gerar e a pauta da eleição deverá ser mesmo o que sempre foi, temas municipais, o preço do ônibus, os buracos as ruas e zeladoria, nada mais do que isto.  É bom que as aulas voltem logo, vida que segue... (por Luiz Antonio Magalhães em 18/10/20)





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