A seguir, mais uma colaboração do professor Wagner Iglecias para o Entrelinhas. Como sempre, direto ao ponto.
Semaninha dificil para nossos principais políticos a que passou, não?
Tudo caminhava bem para o Planalto, com Lula recebendo o titulo de estadista do ano na Europa, Dilma subindo nas pesquisas e manchetes elogiosas ao Brasil aparecendo na imprensa internacional. Mas eis que veio o apagão, nos lembrando que nem tudo entre nós funciona na base do "nunca antes na História deste país".
Ato contínuo, a oposição vislumbrou a oportunidade de desgastar o governo, jogando-o na vala
comum dos apagões do passado, e, mais do que isto, carimbar em Dilma Roussef, responsável pela área das Minas e Energia no primeiro mandato de Lula, a pecha de má gestora. Mas eis que o "sobrenatural de Almeida" parece ter entrado em cena e a vingança dos governistas veio
a cavalo, ainda que involuntária, obviamente. Em plena sexta-feira 13 cairam as pesadíssimas vigas das obras do trecho sul do rodoanel, menina dos olhos das obras que o governador e candidato a presidente José Serra provavelmente exibirá no horário eleitoral da campanha do
ano que vem.
Como diz o outro, "yo no creo en las brujas, pero...".
Superstições a parte, Lula saiu-se com algo como "se Deus quiser isso (o apagão) não vai acontecer novamente", enquanto Serra mandou algo na linha do "pelo menos ninguém morreu", sobre o impressionante acidente no rodoanel.
O cidadão, atônito, vê os dois principais governantes do país demonstrarem a fragilidade do discurso da eficiência diante de dois fatos tão espetaculosos. Quem sabe, melhor assim. Quando Lula e Dilma chamarem para si um cabedal de sucessos na campanha de 2010 não faltará quem lembre a sociedade que naquelanoite de terça-feira boa parte do país ficou às escuras, à mercê do
acaso.
Quando Serra e os demo-tucanos perfilarem para o eleitor suas qualidades de gestores responsáveis e competentes não faltará quem recorde o eleitor que já não foi a primeira vez que uma obra pública em SP apresentou falha inacreditável. A semana passada foi boa, afinal, de fato, ninguém morreu. E nossos homens públicos se mostraram, ainda que a contragosto, bem menos perfeitos do que pensam.
Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor de Gestão de Políticas Públicas da USP
Semaninha dificil para nossos principais políticos a que passou, não?
Tudo caminhava bem para o Planalto, com Lula recebendo o titulo de estadista do ano na Europa, Dilma subindo nas pesquisas e manchetes elogiosas ao Brasil aparecendo na imprensa internacional. Mas eis que veio o apagão, nos lembrando que nem tudo entre nós funciona na base do "nunca antes na História deste país".
Ato contínuo, a oposição vislumbrou a oportunidade de desgastar o governo, jogando-o na vala
comum dos apagões do passado, e, mais do que isto, carimbar em Dilma Roussef, responsável pela área das Minas e Energia no primeiro mandato de Lula, a pecha de má gestora. Mas eis que o "sobrenatural de Almeida" parece ter entrado em cena e a vingança dos governistas veio
a cavalo, ainda que involuntária, obviamente. Em plena sexta-feira 13 cairam as pesadíssimas vigas das obras do trecho sul do rodoanel, menina dos olhos das obras que o governador e candidato a presidente José Serra provavelmente exibirá no horário eleitoral da campanha do
ano que vem.
Como diz o outro, "yo no creo en las brujas, pero...".
Superstições a parte, Lula saiu-se com algo como "se Deus quiser isso (o apagão) não vai acontecer novamente", enquanto Serra mandou algo na linha do "pelo menos ninguém morreu", sobre o impressionante acidente no rodoanel.
O cidadão, atônito, vê os dois principais governantes do país demonstrarem a fragilidade do discurso da eficiência diante de dois fatos tão espetaculosos. Quem sabe, melhor assim. Quando Lula e Dilma chamarem para si um cabedal de sucessos na campanha de 2010 não faltará quem lembre a sociedade que naquelanoite de terça-feira boa parte do país ficou às escuras, à mercê do
acaso.
Quando Serra e os demo-tucanos perfilarem para o eleitor suas qualidades de gestores responsáveis e competentes não faltará quem recorde o eleitor que já não foi a primeira vez que uma obra pública em SP apresentou falha inacreditável. A semana passada foi boa, afinal, de fato, ninguém morreu. E nossos homens públicos se mostraram, ainda que a contragosto, bem menos perfeitos do que pensam.
Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor de Gestão de Políticas Públicas da USP
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