A se confirmar a idéia do presidente Lula de armar seu ministério apenas após as eleições para as presidências da Câmara e Senado, o Brasil vai viver um longo período de calmaria política neste verão. Dezembro está chegando e ainda deve reservar alguma atividade no Congresso, mas os deputados já fizeram a lição de casa, desobstruindo a pauta e votando os projetos mais importantes. Na semana que vem, o Senado Federal deve trabalhar um pouco também, só para variar, e com isto a atual legislatura se encerra gloriosamente, com a pauta limpa e os projetos de interesse do governo aprovados. Claro, ninguém é de ferro e vai sobrar aquele trabalhinho sujo de julgar as dezenas de deputados sanguessugas, mas isto pode esperar um pouco, já que após a posse muitos deles já nem serão deputados... Do ponto de vista do Executivo, há uma ou outra medida para "destravar" o Brasil a ser tomada ainda neste ano, bem como teremos na próxima semana a última reunião do Copom, que deve baixar um pouco mais a taxa de juros. As principais decisões, porém, devem ficar para 2007, com o novo ministério. Ou seja, devem ficar para março, após o Carnaval, quando finalmente começará de verdade o segundo mandato do presidente Lula. Até lá, teremos discursos "como nunca antes neste país", choramingo da oposição e muita disputa interna, no PT e nos partidos aliados, para decidir os nomes do novo governo.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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