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Maestri 1: esquerda do PT x PSOL/PSTU

Os trechos do texto de Mário Maestri seguirão em corpo normal e os palpites do blog, em azul. Vamos aos comentários.

Nas eleições apenas concluídas, o que valeu mesmo foi a nota preta, como assinalam sem pudor os dados publicados pela grande imprensa. As urnas reelegeram sem dificuldades eminências petistas acusadas de corrupção, que gastaram comumente mundos e fundos na campanha, e dizimaram a social-democracia de esquerda, sem o mesmo acesso franco aos grandes doadores – DS, Articulação de Esquerda, Força Socialista, O Trabalho, etc.

O professor comete aqui duas injustiças no mesmo parágrafo. Várias "eminências petistas" envolvidas com o escândalo do mensalão não se elegeram (Professor Luizinho, João Magno e Josias Gomes) e não dá para comparar a performance das tendências de esquerda do PT com o desempenho dos governistas do partido. Muito mais correto seria comparar o desempenho de cada uma dessas tendências com o PSOL e PSTU. Neste caso, restaria provado que permanecer no PT, em termos estritamente eleitorais, é vantajoso – o PSTU não fez um único deputado federal e o PSOL, apenas 3... De toda maneira, é evidente que esta não é a questão central do debate da esquerda – a impressão que se tem é a de que Maestri quis justificar o acerto da fundação do PSOL.

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