Pular para o conteúdo principal

Balanço de um ano fora do normal: aprendizado e muita superação

Abertura da News da LAM Comunicação. Ótimo domingo a todos e todas, boa leitura.


Não foi nada fácil, 2020 começou com notícias estranhas sobre uma certa doença na China, aprendemos a localizar a província de Wuhan no mapa, e aquilo parecia não nos dizer nada sobre o que viria pela frente, apenas mais um coronavírus, outra Sars, outro H1N1, ou seja, uma bobagem. E foi assim que alguns líderes mundiais reagiram, Trump, Boris e Bolsonaro em especial, negando a gravidade da questão.

Foi só quando a OMS decretou a pandemia que a ficha caiu. Não, não era uma gripezinha, a parada era séria, o mundo precisava se preparar. Da China, o vírus foi para a Europa, matando milhares de pessoas muito rapidamente e impondo os primeiros lockdowns, palavra que desconhecíamos. 

Em março, depois dos primeiros casos no Brasil, alguns governadores começaram a impor o isolamento social e as ruas silenciaram. O autor destas linhas mora na Faria Lima, ao lado do Google, BBA, BTG, enfim do centro financeiro e tecnológico do Brasil, e pode atestar que em março e abril era possível ouvir passarinhos tamanho o silêncio. Sem carros, apenas motos e bikes dos entregadores, o cenário mudou. 

E a transformação radical fez com que empresas e pessoas também mudassem, muito rapidamente.  Com o passar do tempo e com o crescente entendimento de que as medidas de exceção perdurariam, as empresas tiveram que se reinventar, se digitalizar, implantar novas metodologias de trabalho, algumas delas, as mais dependentes das atividades presenciais ou com poucos recursos em caixa, simplesmente quebraram. Em 2020, vivemos uma crise sanitária inédita, em praticamente todo o planeta, com consequências graves para a economia. 

No caso do segmento de Comunicação, que praticamos, uma atividade que sempre foi muito dependente do relacionamento interpessoal, de conversas olho no olho, as perspectivas eram desafiadoras. Sim, sempre houve a possibilidade da utilização de tecnologias de videoconferências, que era utilizada com parcimônia.

Ocorre que a necessidade é mesmo a mãe de todas a invenções, ou, neste caso, reinvenções. E o mundo conseguiu se reinventar muito rapidamente, com uma adaptação inimaginável para um período tão curto. Apesar de todas as dificuldades, as empresas seguiram com muitos de seus planos e a crise, inclusive, fez aumentar a demanda pelo trabalho que conduzimos, e com sorte e perseverança, crescemos. A verdade é que tudo aquilo que conhecíamos antes foi colocado em xeque. O que vem pela frente, em 2021, ninguém sabe, mas sabemos que será diferente do que era antes. Melhor do que fazer futurologia é olhar para os aprendizados deste ano tão singular. 

Em 2020, aprendemos o valor da resiliência, pudemos ver como as organizações conseguem ser ágeis em momentos de grande tensão e como nós, seres humanos, somos capazes de nos adaptar rapidamente a mudanças radicais de cenário. Não foi pouca coisa, todas as previsões de colapso completo da vida em sociedade não se realizaram, ao contrário, por alguns meses o que assistimos foi na verdade uma intensa reinvenção, algo nunca antes visto na história da humanidade. Vidas se foram, é verdade, a elas devemos nosso tributo, mas muito mais vidas foram salvas com a mobilização dos profissionais de saúde, cientistas e também das empresas, governos e cidadãos. De tudo, o que fica é a esperança na capacidade humana. Que o próximo ano seja pleno de superação e realizações! (por Luiz Antonio Magalhães em 19/12/20)



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um pai

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir.  Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho.  Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios.  Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte?  Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir.  Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...

Dica da Semana: Tarso de Castro, 75k de músculos e fúria, livro

Tom Cardoso faz justiça a um grande jornalista  Se vivo estivesse, o gaúcho Tarso de Castro certamente estaria indignado com o que se passa no Brasil e no mundo. Irreverente, gênio, mulherengo, brizolista entusiasmado e sobretudo um libertário, Tarso não suportaria esses tempos de ascensão de valores conservadores. O colunista que assina esta dica decidiu ser jornalista muito cedo, aos 12 anos de idade, justamente pela admiração que nutria por Tarso, então colunista da Folha de S. Paulo. Lia diariamente tudo que ele escrevia, nem sempre entendia algumas tiradas e ironias, mas acompanhou a trajetória até sua morte precoce, em 1991, aos 49 anos, de cirrose hepática, decorrente, claro, do alcoolismo que nunca admitiu tratar. O livro de Tom Cardoso recupera este personagem fundamental na história do jornalismo brasileiro, senão pela obra completa, mas pelo fato de ter fundado, em 1969, o jornal Pasquim, que veio a se transformar no baluarte da resistência à ditadura militar no perío...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...