Pular para o conteúdo principal

Datafolha sem novidades: Marta e Alckmin
lideram, Kassab avança um pouco mais

A nova pesquisa do instituto Datafolha sobre a corrida eleitoral na capital de São Paulo, publicada no jornal Folha de S. Paulo neste domingo, mostra um cenário com poucas alterações em relação ao levantamento anterior: Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) oscilaram um ponto percentual positivamente, passando para 30% e 29% das intenções de voto, respectivamente. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) ganhou um ponto a mais que seus adversários, oscilando de 13% para 15%. Em termos estatísticos, tudo isto significa um cenário de estabilidade. Se a eleição fosse hoje, Marta e Geraldo iriam para o segundo turno e o tucano teria mais chances de vitória na etapa final. Só que a eleição não é hoje, e muita água vai correr por baixo da ponte até outubro.

Neste momento, porém, dá para dizer que a pesquisa é de fato mais positiva para Geraldo Alckmin do que para os demais candidatos, pois era ele, Alckmin, quem estava sob intensa pressão de algunls de seus correligionários para abandonar a candidatura em favor de Kassab. Com os 29% no Datafolha, em uma situação de empate na liderança, fica complicado para os adversários internos de Alckmin questionarem a candidatura do ex-governador. Se o prefeito tivesse crescido mais e/ou o índice de Geraldo tivesse despencado, aí sim os serristas e demais apoiadores da tese da aliança com Kassab teriam um novo argumento para lançar no cenário político. Não é nada, não é nada, Alckmin mais uma vez consolida a sua candidatura contra os desejos da cúpula tucana. Não deixa de ser uma boa notícia para a democracia que as bases partidárias e a militância ganhem força nas disputas internas, seja no PSDB, PT, ou qualquer outra legenda.

A seguir, mais detalhes sobre a pesquisa Datafolha na versão do portal Terra.

Datafolha: Marta e Alckmin lideram disputa

Uma pesquisa do Datafolha publicada na edição de domingo do jornal Folha de S.Paulo mostrou que a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) continuam tecnicamente empatados, na liderança da corrida pela prefeitura de São Paulo. Marta tem 30% das intenções de voto e Alckmin, 29%. O atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM) permanece na terceira colocação, com 15%. Paulo Maluf (PP) aparece em quarto, com 8%, seguido por Erundina (PSB), com 5%. Paulinho (PDT) e Soninha (PPS) seguem empatados com 2%; Aldo (PCdoB), Valente (Psol) e Zulaiê (PHS) possuem 1%. Brancos e nulos somaram 5% e indecisos, 1%. A pesquisa foi realizada no dia 15 de maio, com 1.087 eleitores, residentes de São Paulo. A margem de erro é de três pontos percentuais e o levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o número 00700108-SPPE.

Na última pesquisa, dos dias 25 e 26 de março, Gilberto Kassab tinha 13%. Marta e Alckmin tiveram uma oscilação positiva de um ponto percentual.

"Mesmo dentro da margem de erros, Kassab vem em uma ascendente", diz ao jornal Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha. "Kassab está tirando votos dos que estão abaixo dele. Não de Alckmin, nem da Marta", completa.

Erundina admitiu há dez dias a possibilidade de desistir da candidatura para ser vice-prefeita de Marta. Sem ela, a ministra de Turismo atinge 32% das intenções de voto e Alckmin, 28%.

Comentários

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...