Corre nos bastidores do Senado uma história pouco edificante sobre o presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC). Nos últimos dias, quando ficou claro que Renan Calheiros (PMDB-AL) seria absolvido em troca de sua renúncia à presidência do Senado, o interino Tião teria articulado um movimento para que Renan postergasse a renúncia. Engana-se quem imagina que a motivação do senador acreano tenha sido evitar uma eventual turbulência política na decisiva votação da CPMF: o que Tiãozinho na verdade queria era garantir, até fevereiro ou março, após o recesso, os salários e benefícios a que a Presidência da casa dá direito. A renúncia de Renan, portanto, acabou com a boquinha do ídolo das "pequenas multidões" do Acre...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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