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Quem vai sentar na cadeira elétrica?

Vai ser um fim de semana de grandes articulações políticas, este próximo. Além da prorrogação da CPMF, a questão agora é saber quem leva a presidência do Senado. Não é um cargo fácil e já foi apelidado de "cadeira elétrica" pelo alto potencial de destruição de carreiras políticas, fora o azar que dá a seus ocupantes na vida pessoal.

O grupo de Renan quer convencer José Sarney (PMDB-AP) a concorrer e para isto seria preciso que ele topasse ser um candidato de verdade, aceitando os riscos da disputa. O que se diz nos bastidores é que o ex-presidente só topa ser for o nome de consenso, uma hipótese remota, uma vez que a oposição avalia Sarney como excessivamente governista. O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) tem sido badalado como nome mais forte do momento, por contar com apoios na oposição.

Pode ser uma boa estratégia para o governo ceder em relação à presidência do Senado para garantir a aprovação da CPMF, afinal, trata-se de um mandato-tampão de apenas um ano, ao passo que a receita do imposto do cheque vai durar o mandato inteiro do presidente Lula. Claro, não é tão simples assim e as negociações correm em paralelo. Mas talvez Garibaldi seja um nome que possa amaciar os duros corações tucanos e democratas.

Comentários

  1. O passado de aqui Garibaldi no Rio Grande do Norte não difere qualitativamente do de Renan em Alagoas. Quero constatar a "imparcialidade" da imprensa no tratamento aos dois.

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