Muito importante a notícia abaixo, atualmente muitos brasileiros precisam importar a custo alto este tipo de remédio, que de acordo com pesquisas e experiências no exterior, são eficazes para diversos males. Interessante que a liberação venha agora, na gestão Bolsonaro, tão arredia ao debate sobre drogas e tão defensora da chamada política da guerra às drogas, implantada nos anos 1980 nos EUA e propagada por toda América Latina.
De qualquer maneira, do ponto de vista dos pacientes e da ciência, é um baita avanço em meio a tanta regressão, como tem se observado nas declarações de terraplanistas em diversos ministérios e autarquias. Um sopro de esperança, em especial para quem tem parentes com Alzheimer, por exemplo, doença que afeta não apenas o paciente, mas toda a família, inclusive com impacto significativo nas finanças, dado que o custo é alto e a sobrevida, longa e sofrida.
Abaixo, a íntegra da notícia na versão do UOL.
Por Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo
Os diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovaram hoje o registro e a produção de remédios à base de maconha no Brasil. Com isso, a medicação poderá ser comprada em farmácias mediante apresentação de receita médica. A regulamentação entra em vigor 90 dias após a publicação da decisão no Diário Oficial da União.
O regulamento proíbe a manipulação de qualquer produto derivado da planta. A comercialização no país ocorrerá exclusivamente em farmácias e drogarias sem manipulação. Os diretores ainda discutem hoje a permissão para que a erva seja plantada em solo nacional para uso exclusivamente terapêutico.
Substâncias extraídas da maconha, como o canabidiol e o THC (tetrahidrocanabinol), podem ser usadas para tratamento de doenças como epilepsia, mal de Parkinson, esclerose múltipla, esquizofrenia, síndrome de Tourette, asma, glaucoma e dores crônicas. Os efeitos dos medicamentos seriam de antidepressivo, analgésico, sedativo, estimulante de apetite e de anticonvulsivo.
A decisão de hoje da Anvisa não pode ser vetada. Mas, de acordo com a assessoria da agência, como toda a regulamentação, o governo ou o Congresso pode propor uma lei que contraria à decisão. Há também a possibilidade de alguém recorrer à Justiça.
Revisão em 3 anos
Os diretores decidiram que a regulamentação do uso dos remédios deverá ser revisada em até três anos. As regras para prescrever o produto variam de acordo com a concentração de THC (tetrahidrocanabinol), a parte alucinógena da erva.
Em concentrações menores de 0,2%, o remédio deverá ser prescrito com numeração fornecida pela vigilância sanitária e exige renovação da receita em até 60 dias.
Já os produtos com concentrações de THC acima de 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham se esgotado as alternativas terapêuticas. "Neste caso, o receituário será do tipo A, semelhante ao da morfina", diz nota da Anvisa.
Os fabricantes que optarem por importar o substrato da cannabis para fabricação do produto deverão realizar a importação da matéria-prima semielaborada, e não da planta ou parte dela.
O regulamento é específico para o tratamento médico de humanos, não de animais.
De qualquer maneira, do ponto de vista dos pacientes e da ciência, é um baita avanço em meio a tanta regressão, como tem se observado nas declarações de terraplanistas em diversos ministérios e autarquias. Um sopro de esperança, em especial para quem tem parentes com Alzheimer, por exemplo, doença que afeta não apenas o paciente, mas toda a família, inclusive com impacto significativo nas finanças, dado que o custo é alto e a sobrevida, longa e sofrida.
Abaixo, a íntegra da notícia na versão do UOL.
Por Wanderley Preite Sobrinho, do UOL, em São Paulo
Os diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovaram hoje o registro e a produção de remédios à base de maconha no Brasil. Com isso, a medicação poderá ser comprada em farmácias mediante apresentação de receita médica. A regulamentação entra em vigor 90 dias após a publicação da decisão no Diário Oficial da União.
O regulamento proíbe a manipulação de qualquer produto derivado da planta. A comercialização no país ocorrerá exclusivamente em farmácias e drogarias sem manipulação. Os diretores ainda discutem hoje a permissão para que a erva seja plantada em solo nacional para uso exclusivamente terapêutico.
Substâncias extraídas da maconha, como o canabidiol e o THC (tetrahidrocanabinol), podem ser usadas para tratamento de doenças como epilepsia, mal de Parkinson, esclerose múltipla, esquizofrenia, síndrome de Tourette, asma, glaucoma e dores crônicas. Os efeitos dos medicamentos seriam de antidepressivo, analgésico, sedativo, estimulante de apetite e de anticonvulsivo.
A decisão de hoje da Anvisa não pode ser vetada. Mas, de acordo com a assessoria da agência, como toda a regulamentação, o governo ou o Congresso pode propor uma lei que contraria à decisão. Há também a possibilidade de alguém recorrer à Justiça.
Revisão em 3 anos
Os diretores decidiram que a regulamentação do uso dos remédios deverá ser revisada em até três anos. As regras para prescrever o produto variam de acordo com a concentração de THC (tetrahidrocanabinol), a parte alucinógena da erva.
Em concentrações menores de 0,2%, o remédio deverá ser prescrito com numeração fornecida pela vigilância sanitária e exige renovação da receita em até 60 dias.
Já os produtos com concentrações de THC acima de 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham se esgotado as alternativas terapêuticas. "Neste caso, o receituário será do tipo A, semelhante ao da morfina", diz nota da Anvisa.
Os fabricantes que optarem por importar o substrato da cannabis para fabricação do produto deverão realizar a importação da matéria-prima semielaborada, e não da planta ou parte dela.
O regulamento é específico para o tratamento médico de humanos, não de animais.
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