Aparentemente, começou a retomada da economia brasileira, após quase seis anos de recessão ou crescimento pífio do PIB. É uma excelente notícia, conforme atesta a matéria do Valor. “As vendas de lojistas de shopping centers no Natal subiram 9,5% em relação a 2018, informou ontem a Alshop, associação do setor. É a maior taxa de crescimento desde 2010, quando a alta atingiu 13%, calculou o Valor com base no histórico de dados da pesquisa. Acaba sendo, portanto, também o melhor desempenho comparado aos anos de crise no varejo, de 2014 a 2018 - o pior período da história do segmento no país”, publica hoje o jornal, íntegra da matéria abaixo. Se 2020 não houver crise externa – sempre pode haver – nem turbulência política – também pode acontecer -, o Brasil deve viver um período de desenvolvimento mais intenso, o que é bom para recuperar a meia década perdida.
Aumento de empregos e liberação do FGTS contribuíram
Por Adriana Mattos
As vendas de lojistas de shopping centers no Natal subiram 9,5% em relação a 2018, informou ontem a Alshop, associação do setor. É a maior taxa de crescimento desde 2010, quando a alta atingiu 13%, calculou o Valor com base no histórico de dados da pesquisa. Acaba sendo, portanto, também o melhor desempenho comparado aos anos de crise no varejo, de 2014 a 2018 - o pior período da história do segmento no país.
Os dados são nominais, sem descontar a inflação. Números do comércio em dezembro têm sido acompanhados de perto pelo mercado para verificar se o bom desempenho na “Black Friday”, em novembro, foi algo pontual ou se há uma tendência de retomada na demanda. Segundo grandes varejistas, foi a melhor Black Friday desde a criação da data, em 2011.
“Tem que festejar porque o Natal foi bastante positivo. E a expectativa é que até o dia 31 esse ritmo mais forte se mantenha por causa das vendas pré-réveillon e do período de trocas de produtos”, disse ontem Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. O resultado do Natal superou a estimativa da entidade, de elevação de 6% a 6,5%.
“Estimamos um ritmo forte de ofertas e liquidações no começo do ano para que as lojas limpem seus estoques e voltem a fazer novos pedidos à indústria”, diz ele. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) já havia informado a previsão de um melhor Natal em seis anos.
Semanas atrás, o comando das redes Magazine Luiza e Via Varejo (Casas Bahia e Pontofrio) disseram que a já esperada desaceleração nas vendas nas semanas após a Black Friday ocorreram em ritmo menor do que em 2018. As redes cogitavam reforçar os estoques para atender a demanda de dezembro.
A Alshop coleta os dados anualmente com 400 empresas de varejo com 30 mil pontos de venda. Os dados anteriores a 2013 têm base menor de participantes, cerca de 150 empresas. Apesar do número limitado do levantamento (há 5 milhões de lojas no Brasil), a pesquisa inclui grandes redes consideradas “âncoras” nos empreendimentos, com atuação nacional.
As varejistas encaminham à entidade dados do período de 1º a 20 de dezembro. Apesar de não incluir a atividade nas lojas nos dias imediatamente anteriores ao Natal, a Alshop informa que os dados finais sofrem variação pequena após a conclusão do mês.
Para economistas, a retomada da geração de empregos neste ano, a liberação do saldo do FGTS, a queda da taxa de juros da economia em 2019 e a redução da inflação explicam o desempenho do fim do ano. A base mais fraca de comparação também impacta no índice. Em 2018, as vendas subiram a um ritmo menor, de 5,5%.
A associação dos shoppings informa ainda que as vendas do setor em 2019 avançaram 7,5% sobre 2018, atingindo R$ 168,2 bilhões. É o melhor índice desde 2014 - a entidade projetava alta de 5%.
Apesar do momento positivo, economistas reforçam que o aumento nas vendas de forma contínua depende de uma recuperação mais acelerada de postos de trabalho. Entre 2018 e 2019, só metade dos empregos formais perdidos na crise foi recuperada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Mesmo considerado as perspectivas mais animadoras, a retomada de abertura de novos shoppings permanece fora dos planos do setor. Segundo Sahyoun, 12 shoppings foram abertos em 2019, com 1,1 mil lojas inauguradas. É quase o mesmo número de 2018, quando surgiram 13 empreendimentos. Grandes empresas do setor, como Iguatemi e BRMalls, não projetam aceleração de novas aberturas no curto prazo. Esse investimentos demandam altos desembolsos - um shopping de grande porte custa em média R$ 500 milhões.
O foco maior ainda estará na expansão de empreendimentos já em operação e nos que têm espaço para ampliação. A associação estima que devem ser construídos cerca de 30 shoppings nos próximos dois ou três anos. Isso equivale a uma média, já verificada nos últimos anos, entre 10 a 15 por ano.
Aumento de empregos e liberação do FGTS contribuíram
Por Adriana Mattos
As vendas de lojistas de shopping centers no Natal subiram 9,5% em relação a 2018, informou ontem a Alshop, associação do setor. É a maior taxa de crescimento desde 2010, quando a alta atingiu 13%, calculou o Valor com base no histórico de dados da pesquisa. Acaba sendo, portanto, também o melhor desempenho comparado aos anos de crise no varejo, de 2014 a 2018 - o pior período da história do segmento no país.
Os dados são nominais, sem descontar a inflação. Números do comércio em dezembro têm sido acompanhados de perto pelo mercado para verificar se o bom desempenho na “Black Friday”, em novembro, foi algo pontual ou se há uma tendência de retomada na demanda. Segundo grandes varejistas, foi a melhor Black Friday desde a criação da data, em 2011.
“Tem que festejar porque o Natal foi bastante positivo. E a expectativa é que até o dia 31 esse ritmo mais forte se mantenha por causa das vendas pré-réveillon e do período de trocas de produtos”, disse ontem Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. O resultado do Natal superou a estimativa da entidade, de elevação de 6% a 6,5%.
“Estimamos um ritmo forte de ofertas e liquidações no começo do ano para que as lojas limpem seus estoques e voltem a fazer novos pedidos à indústria”, diz ele. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) já havia informado a previsão de um melhor Natal em seis anos.
Semanas atrás, o comando das redes Magazine Luiza e Via Varejo (Casas Bahia e Pontofrio) disseram que a já esperada desaceleração nas vendas nas semanas após a Black Friday ocorreram em ritmo menor do que em 2018. As redes cogitavam reforçar os estoques para atender a demanda de dezembro.
A Alshop coleta os dados anualmente com 400 empresas de varejo com 30 mil pontos de venda. Os dados anteriores a 2013 têm base menor de participantes, cerca de 150 empresas. Apesar do número limitado do levantamento (há 5 milhões de lojas no Brasil), a pesquisa inclui grandes redes consideradas “âncoras” nos empreendimentos, com atuação nacional.
As varejistas encaminham à entidade dados do período de 1º a 20 de dezembro. Apesar de não incluir a atividade nas lojas nos dias imediatamente anteriores ao Natal, a Alshop informa que os dados finais sofrem variação pequena após a conclusão do mês.
Para economistas, a retomada da geração de empregos neste ano, a liberação do saldo do FGTS, a queda da taxa de juros da economia em 2019 e a redução da inflação explicam o desempenho do fim do ano. A base mais fraca de comparação também impacta no índice. Em 2018, as vendas subiram a um ritmo menor, de 5,5%.
A associação dos shoppings informa ainda que as vendas do setor em 2019 avançaram 7,5% sobre 2018, atingindo R$ 168,2 bilhões. É o melhor índice desde 2014 - a entidade projetava alta de 5%.
Apesar do momento positivo, economistas reforçam que o aumento nas vendas de forma contínua depende de uma recuperação mais acelerada de postos de trabalho. Entre 2018 e 2019, só metade dos empregos formais perdidos na crise foi recuperada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Mesmo considerado as perspectivas mais animadoras, a retomada de abertura de novos shoppings permanece fora dos planos do setor. Segundo Sahyoun, 12 shoppings foram abertos em 2019, com 1,1 mil lojas inauguradas. É quase o mesmo número de 2018, quando surgiram 13 empreendimentos. Grandes empresas do setor, como Iguatemi e BRMalls, não projetam aceleração de novas aberturas no curto prazo. Esse investimentos demandam altos desembolsos - um shopping de grande porte custa em média R$ 500 milhões.
O foco maior ainda estará na expansão de empreendimentos já em operação e nos que têm espaço para ampliação. A associação estima que devem ser construídos cerca de 30 shoppings nos próximos dois ou três anos. Isso equivale a uma média, já verificada nos últimos anos, entre 10 a 15 por ano.
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