Todos os portais destacaram hoje os números positivos divulgados pelo IBGE. Quem faz bom jornalismo, como a Folha, tratou de ouvir analistas e economistas para saber se eles indicam o início, ao menos, de uma retomada da economia brasileira. Aparentemente, há uma divisão entre otimistas e a turma do freio de mão puxado, mas céticos. O tema é controverso, mas uma olhada nos números indica, sim, uma retomada, ainda que tímida. Resta saber o quanto a política pode atrapalhar, já que os mercados estão animadinhos e podem puxar, via investimento direto, injeção de grana na veia da combalida economia nacional, especialmente recurso vindo de fora, que com o câmbio depreciado tem efeito anabolizante. Time will tell, mas a impressão do blog pelo final do ano é que 2020 tem tudo para ser um ano muito melhor que 2019. Como diz Tiririca, pior que tá não fica.
Alta de 0,6% do PIB confirma retomada puxada pelo setor privado
No 3º trimestre, consumo do governo cai, mas investimento de empresas e consumo das famílias avançam
Eduardo Cucolo e Diego Garcia
O desempenho da economia no terceiro trimestre confirma a retomada puxada pelo setor privado.
O PIB (Produto Interno Bruto) do período cresceu 0,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (3).
A projeção feita pela agência Bloomberg estimava um crescimento de 0,4%.
Pelo lado da demanda, o avanço continua puxado pelo consumo das famílias, que representa quase dois terços do PIB e cresceu 0,8% na comparação trimestral.
Os investimentos das empresas (formação bruta de capital fixo) avançaram 2,0%.
O consumo do governo recuou 0,4%.
“As despesas do governo —incluindo pessoal e demais gastos, exceto investimentos—, caem em todas as esferas em função das restrições orçamentárias”, analisa a coordenadora de Conta Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Apesar do resultado do período, a taxa trimestral ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014.
O PIB está no mesmo nível do 3º trimestre de 2012, tendo se recuperado 4,9% desde que atingiu o fundo do poço no 4º trimestre de 2016.
A coordenadora de Contas Trimestrais do IBGE disse ainda que os dados do 3º trimestre mostraram que o PIB continua a se recuperar de forma gradual.
“É uma melhora mais ou menos contínua, mas não muito acelerada. O que está impulsionando a economia é o consumo das famílias, que continua crescendo, e o investimento. Puxando para baixo, é a despesa de consumo do governo e o setor externo, principalmente por causa da desaceleração da demanda mundial e da Argentina”, disse Palis.
Considerando a ótica da oferta, a indústria teve alta de 0,8%. Segundo o IBGE, o crescimento da indústria se deveu à recuperação do setor extrativo, puxada pelo crescimento da extração de petróleo, que cresceu 12% na comparação trimestral, e pelo avanço de 1,3% na construção civil.
A indústria de transformação, por outro lado, teve nova queda, de 1%, afetada pelo recuo nas exportações em função da menor demanda mundial e da crise da Argentina, segundo o IBGE.
A agropecuária cresceu 1,3%, e os serviços, 0,4%.
Nos serviços, se destacaram as atividades financeiras (1,2%), o comércio (1,1%) e o segmento de informação e comunicação (1,1%).
Na comparação com o terceiro trimestre de 2018, a economia avançou 1,2%. A Bloomberg estimava alta de 1%.
Nessa comparação, a agropecuária teve alta de 2,1%, e indústria e serviços, 1%.
Sob a ótica do demanda, os investimentos subiram 2,9%. Nessa base de comparação o consumo do governo também caiu; o recuo foi de 1,4%.
O consumo das famílias, na comparação com o 3º trimestre de 2018, cresceu 1,9%.
"O resultado positivo [do consumo das famílias] pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física, bem como da expansão da massa salarial real no terceiro trimestre de 2019", afirmou o IBGE.
Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,842 trilhão no terceiro trimestre, informou o IBGE.
EM 12 MESES
O acumulado dos últimos quatro trimestres mostra crescimento de 1,0%.
O IBGE revisou o PIB do 1º trimestre deste ano, de recuo 0,1% para zero em relação aos três meses anteriores. No 2º trimestre, o avanço foi revisto de 0,4% para 0,5%.
Essas revisões foram motivadas, principalmente, pela melhora nos números da agropecuária, pela ótica da oferta, e do consumo e investimentos, pela demanda.
O resultado da agropecuária foi revisto de queda de 0,1% para alta de 0,9% no primeiro trimestre e de 0,4% para 1,4% no segundo.
O consumo das famílias e os investimentos ganharam 0,2 ponto percentual em cada trimestre. O consumo cresceu 1,5% e 1,8%, respectivamente, nos dois primeiros trimestres do ano, na comparação com os três meses sempre anteriores.
Os investimentos avançaram, respectivamente, 1,1% e 5,4%.
O instituto também revisou, para pior, os dados de exportações e importações, devido a mudanças feitas pela Secretaria de Comércio Exterior nos dados do primeiro semestre do ano. O IBGE já informou que deve alterar os números do terceiro trimestre, devido à revisão dos números de setembro já anunciada pelo Ministério da Economia.
A maior mudança foi a contribuição das vendas ao exterior, antes positiva em 1% no 1º trimestre, para -1,6% no mesmo período.
Na comparação anual, o IBGE destacou o avanço de 4,4% na construção e de 4% na indústria extrativa. A indústria de transformação recuou 0,5%,influenciada, principalmente, pela queda na fabricação de celulose, produtos químicos, farmacêuticos e de metalurgia.
Nos serviços, nessa comparação, também se destacaram informação e comunicação (4,2%) e comércio (4%), além de atividades imobiliárias (1,9%) e financeiras (1,3%).
O IBGE também revisou para cima o resultado de 2018, de uma alta de 1,1% para 1,3%.
O PIB é uma medida da produção de bens e serviços em um país em um determinado período. Sua expansão é utilizada como sinônimo de crescimento da economia.
Alta de 0,6% do PIB confirma retomada puxada pelo setor privado
No 3º trimestre, consumo do governo cai, mas investimento de empresas e consumo das famílias avançam
Eduardo Cucolo e Diego Garcia
O desempenho da economia no terceiro trimestre confirma a retomada puxada pelo setor privado.
O PIB (Produto Interno Bruto) do período cresceu 0,6% em relação aos três meses imediatamente anteriores, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (3).
A projeção feita pela agência Bloomberg estimava um crescimento de 0,4%.
Pelo lado da demanda, o avanço continua puxado pelo consumo das famílias, que representa quase dois terços do PIB e cresceu 0,8% na comparação trimestral.
Os investimentos das empresas (formação bruta de capital fixo) avançaram 2,0%.
O consumo do governo recuou 0,4%.
“As despesas do governo —incluindo pessoal e demais gastos, exceto investimentos—, caem em todas as esferas em função das restrições orçamentárias”, analisa a coordenadora de Conta Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Apesar do resultado do período, a taxa trimestral ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014.
O PIB está no mesmo nível do 3º trimestre de 2012, tendo se recuperado 4,9% desde que atingiu o fundo do poço no 4º trimestre de 2016.
A coordenadora de Contas Trimestrais do IBGE disse ainda que os dados do 3º trimestre mostraram que o PIB continua a se recuperar de forma gradual.
“É uma melhora mais ou menos contínua, mas não muito acelerada. O que está impulsionando a economia é o consumo das famílias, que continua crescendo, e o investimento. Puxando para baixo, é a despesa de consumo do governo e o setor externo, principalmente por causa da desaceleração da demanda mundial e da Argentina”, disse Palis.
Considerando a ótica da oferta, a indústria teve alta de 0,8%. Segundo o IBGE, o crescimento da indústria se deveu à recuperação do setor extrativo, puxada pelo crescimento da extração de petróleo, que cresceu 12% na comparação trimestral, e pelo avanço de 1,3% na construção civil.
A indústria de transformação, por outro lado, teve nova queda, de 1%, afetada pelo recuo nas exportações em função da menor demanda mundial e da crise da Argentina, segundo o IBGE.
A agropecuária cresceu 1,3%, e os serviços, 0,4%.
Nos serviços, se destacaram as atividades financeiras (1,2%), o comércio (1,1%) e o segmento de informação e comunicação (1,1%).
Na comparação com o terceiro trimestre de 2018, a economia avançou 1,2%. A Bloomberg estimava alta de 1%.
Nessa comparação, a agropecuária teve alta de 2,1%, e indústria e serviços, 1%.
Sob a ótica do demanda, os investimentos subiram 2,9%. Nessa base de comparação o consumo do governo também caiu; o recuo foi de 1,4%.
O consumo das famílias, na comparação com o 3º trimestre de 2018, cresceu 1,9%.
"O resultado positivo [do consumo das famílias] pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito para pessoa física, bem como da expansão da massa salarial real no terceiro trimestre de 2019", afirmou o IBGE.
Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,842 trilhão no terceiro trimestre, informou o IBGE.
EM 12 MESES
O acumulado dos últimos quatro trimestres mostra crescimento de 1,0%.
O IBGE revisou o PIB do 1º trimestre deste ano, de recuo 0,1% para zero em relação aos três meses anteriores. No 2º trimestre, o avanço foi revisto de 0,4% para 0,5%.
Essas revisões foram motivadas, principalmente, pela melhora nos números da agropecuária, pela ótica da oferta, e do consumo e investimentos, pela demanda.
O resultado da agropecuária foi revisto de queda de 0,1% para alta de 0,9% no primeiro trimestre e de 0,4% para 1,4% no segundo.
O consumo das famílias e os investimentos ganharam 0,2 ponto percentual em cada trimestre. O consumo cresceu 1,5% e 1,8%, respectivamente, nos dois primeiros trimestres do ano, na comparação com os três meses sempre anteriores.
Os investimentos avançaram, respectivamente, 1,1% e 5,4%.
O instituto também revisou, para pior, os dados de exportações e importações, devido a mudanças feitas pela Secretaria de Comércio Exterior nos dados do primeiro semestre do ano. O IBGE já informou que deve alterar os números do terceiro trimestre, devido à revisão dos números de setembro já anunciada pelo Ministério da Economia.
A maior mudança foi a contribuição das vendas ao exterior, antes positiva em 1% no 1º trimestre, para -1,6% no mesmo período.
Na comparação anual, o IBGE destacou o avanço de 4,4% na construção e de 4% na indústria extrativa. A indústria de transformação recuou 0,5%,influenciada, principalmente, pela queda na fabricação de celulose, produtos químicos, farmacêuticos e de metalurgia.
Nos serviços, nessa comparação, também se destacaram informação e comunicação (4,2%) e comércio (4%), além de atividades imobiliárias (1,9%) e financeiras (1,3%).
O IBGE também revisou para cima o resultado de 2018, de uma alta de 1,1% para 1,3%.
O PIB é uma medida da produção de bens e serviços em um país em um determinado período. Sua expansão é utilizada como sinônimo de crescimento da economia.
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