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Mostrando postagens de novembro, 2006

Henrique Meirelles é o nome do pai...

Charge do Agê que estará nesta sexta-feira no DCI

Ministério pode ter surpresas

Quem anda ansioso para conhecer os novos nomes do ministério do presidente Lula para o segundo mandato deveria ler o livro Do golpe ao Planalto, de autoria do jornalista Ricardo Kotscho. Assessor de imprensa da campanha de Lula em 2002 e chefe da Secretaria de Imprensa da Presidência até o ano passado, Kotscho revela os bastidores da escolha da equipe do primeiro mandato e revela com detalhes a forma do presidente tomar decisões. Se Lula continua o mesmo, é bem provável que apronte algumas surpresas para o segundo mandato. Em 2002, escolheu três "tucanos" – Meirelles, Roberto Rodrigues e Furlan –, desafiando o seu próprio partido. Aliás, a leitura do livro mostra que Lula está fechado mesmo é com o PL – Partido do Lula... Há muita gente curiosa para saber os nomes do primeiro escalão, mas o mais provável é que eles só apareçam mesmo em março, após a eleição para a presidência do Senado, salvo uma ou outra exceção que não envolva a negociação política propriamente dita. Nos

E por falar no pé de Lula...

Charge do Agê que estará no DCI desta quinta-feira

Folha continua pegando no pé de Lula

Manchete desta quarta-feira da Folha de S. Paulo : " Bancos lideram doações a Lula ". Abaixo do título aberto em 6 colunas, a linha fina informa: " Campanha do petista recebeu R$ 10,5 milhões, mesmo valor dado por instituições financeiras a Alckmin ". Ora, com tal informação disponível, por que razão a manchete menciona apenas Lula? O título "Bancos lideram doações a Lula e Alckmin" não seria muito mais explicativo? Afinal, o então candidato à reeleição nem sequer conseguiu mais dinheiro dos banqueiros do que seu adversário, apesar de seu governo ter, conforme a Folha adora lembrar, proporcionado os maiores lucros da história dos bancos... O problema é que o jornal da família Frias está em campanha: enquanto os caraminguás oficiais que "ajudam a bancar" a Folha , o Agora, o UOL e demais operações do Grupo não estiverem garantidos e carimbados para 2007, Lula vai penar nas mãos dos diligentes responsáveis pelo fechamento da primeira página

A hora dos sanguessugas

Charge do Agê que estará na edição desta quarta-feira do DCI

Folha de S. Paulo imita a Veja

A manchete desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo – Publicidade oficial ajuda a bancar TV do filho de Lula – revela que a grande imprensa está mesmo assustada com a possibilidade do governo federal iniciar um movimento real para democratizar o sistema midiático brasileiro. A matéria da Folha repete o "padrão Veja " de ataque a Lula e ao PT: faz muito barulho e coloca em evidência fatos corriqueiros, que nem sequer envolvem atos do presidente. No caso da "denúncia" da Folha sobre o compartilhamento da publicidade oficial entre a Gamecorp, a empresa da qual é sócio um dos filhos do presidente, e o Grupo Bandeirantes de Comunicação, a própria matéria do jornal mostra que o contrato firmado entre as duas partes é comum no mercado e absolutamente legal. Diz ainda a reportagem que a maior parte da publicidade que a Gamecorp obteve veio do setor privado. Além disto, a matéria mostra que a publicidade oficial caiu 68% neste ano em relação a 2006. Em outras palavra

Sobre a democratização da imprensa
brasileira: muito barulho por nada

Os grandes veículos de comunicação, Folha de S. Paulo à frente, estão fazendo enorme estardalhaço em torno das declarações de líderes petistas sobre a necessidade de democratizar o sistema midiático brasileiros. Os incomodados têm todo o direito de espernear, mas a verdade é que as propostas do PT são até tímidas perto do que seria necessário fazer para criar um sistema realmente democrático no setor de mídia. Em seus primeiros documentos sobre a questão, o PT previa, caso chegasse ao Poder, uma verdadeira revolução na maneira de realizar as concessões de rádio e televisão, além do estímulo concreto aos veículos impressos alternativos. Nada disto aconteceu no primeiro mandato de Lula, embora algumas publicações que não tinham acesso aos anúncios estatais durante o governo FHC terem passado a recebê-los, como foi o caso das revistas Caros Amigos e Carta Capital . Via de regra, no entanto, o governo mudou quase nada no critério para a distribuição de anúncios e também não alterou a

Disputa pela presidência da Câmara
e Senado já domina o noticiário político

As eleições para a presidência da Câmara e do Senado serão realizadas apenas em fevereiro, após a posse da nova Legislatura, mas já dominam o ambiente político nacional. A cobertura política já começa a girar em torno deste assunto e pelo visto serão dois meses de muita articulação dos candidatos. A bem da verdade, o novo processo eleitoral só está merecendo tanto espaço na imprensa porque não há fatos releventes em curso, conforme está explicado na nota anterior, sobre a lojinha do presidente Lula. Os assuntos de maior interesse público neste momento estão fora da esfera política – o caos nos aeroportos é hoje a principal preocupação da classe média –, o que pode causar alguma estranheza após um ano de cobertura intensa do cenário político. Sobre o processo eleitoral no Congresso, ainda é muito cedo para saber qual será o resultado. Alguns colunistas estão lembrando o "histórico de derrotas" de Lula neste tipo de eleição, o que causa alguma estranheza, uma vez que o presiden

Lojinha do companheiro Lula deve fechar
em dezembro para reabrir só em março

A se confirmar a idéia do presidente Lula de armar seu ministério apenas após as eleições para as presidências da Câmara e Senado, o Brasil vai viver um longo período de calmaria política neste verão. Dezembro está chegando e ainda deve reservar alguma atividade no Congresso, mas os deputados já fizeram a lição de casa, desobstruindo a pauta e votando os projetos mais importantes. Na semana que vem, o Senado Federal deve trabalhar um pouco também, só para variar, e com isto a atual legislatura se encerra gloriosamente, com a pauta limpa e os projetos de interesse do governo aprovados. Claro, ninguém é de ferro e vai sobrar aquele trabalhinho sujo de julgar as dezenas de deputados sanguessugas, mas isto pode esperar um pouco, já que após a posse muitos deles já nem serão deputados... Do ponto de vista do Executivo, há uma ou outra medida para "destravar" o Brasil a ser tomada ainda neste ano, bem como teremos na próxima semana a última reunião do Copom, que deve baixar um pouc

Lembo não faz o jogo de Serra

O governador Cláudio Lembo já mostrou que não é um político comum. Apesar de ser filiado ao PFL, dá declarações que arrepiariam até o pessoal do PSTU, com a de que a culpa pela violência em São Paulo é da "elite branca". Agora, Lembo aprontou mais uma das suas: determinou o reajuste na tarifa do Metrô para R$ 2,30, bem menos do que queriam os assessores do governador eleito José Serra (PSDB). Com o reajuste menor, vai ficar para Serra fazer o acerto, no próximo ano. Aumentar a tarifa do transporte público é o tipo da coisa que qualquer governante detesta, e Lembo deixou este pequeno abacaxi para o seu sucessor descascar. De fato, está mesmo na hora do PSDB e PFL discutirem a relação e, talvez, porem fim em um casamento que já dura 12 anos.

Ainda sobre o diploma de jornalismo

Vale a pena ler o editorial publicado nesta sexta na Folha de S. Paulo sobre a obrigatoriedade do canudo para o exercício da profissão de jornalista. A íntegra esta reproduzida abaixo e expressa o que foi dito aqui ontem no comentário "Sobre o diploma de jornalismo". A seguir, a íntegra do editorial. Diploma autoritário Exigência de diploma fere Carta, inibe melhoria técnica do jornalismo e se configura anacronismo na era da internet PASSADOS 18 anos da promulgação da Constituição Federal, que pôs um ponto final em mais de duas décadas de exceção ao Estado de Direito, assombram ainda a esfera pública brasileira certos diplomas legais que merecem cabalmente o qualificativo de "entulho autoritário". Entre eles sobressai o decreto-lei 972/69, que estipula a obrigatoriedade do diploma de jornalista para obtenção de registro profissional -não por muito tempo mais, espera-se, agora que tal atentado à liberdade se encontra sob exame da instância máxima da Justiça, o Supre

Já deu

Se há algo que ninguém mais aguenta ouvir falar é do caso do dossiê Vedoin. Os depoimentos, na CPI dos Sanguessugas, dos petistas aloprados e do tucano Abel Pereira, o amigo do ex-ministro Barjas Negri, pouco ou nada acrescentaram ao que já se sabia. A sensação que se tem ouvindo os personagens ou lendo as matérias sobre assunto é a mesma de assistir de novo um filme enfadonho: impossível não se impacientar duplamente - pela chatice do enredo e por já o conhecermos. A pergunta alquimista – "de onde veio o dinheiro" – possivelmente jamais será respondida a contento, não por incompetência da polícia, mas porque o rastreamento é muito mais difícil do que se imagina. E tirando uma eventual ilegalidade na origem do dinheiro, não há o que investigar, porque crime não houve: não é proibido comprar dossiês, mas nem isto ocorreu, pois a Polícia Federal impediu a concretização do negócio. Os políticos do PFL e PSDB gostam muito de falar sobre o caso, mas ninguém esclarece do que estão

Sobre o diploma de jornalismo

Uma análise curta e grossa sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão está no Observatório da Imprensa , em texto de Carlos Brickman, reproduzido abaixo. Este blog concorda com Brickman: exigir diploma para jornalistas é uma bobagem corporativista, nada mais. Tem gente que defende pelo menos a exigência de um diploma universitário de qualquer área apenas para que a profissão seja caracterizada como "de nível superior" e os salários não caiam para o patamar "de nível técnico". Besteira: publicitários ganham (bem) mais do que jornalistas e não existe exigência de canudo algum para o exercício da profissão. A verdade é simples: para ser jornalista, basta saber escrever e ter curiosidade com o mundo que nos cerca. O resto é firula e se aprende no dia a dia das redações. Tudo isto NÃO significa que o curso de jornalismo seja uma perda de tempo. Pode, sim, ajudar bastante. Melhor ainda é se preparar cursando História, Economia, Ciência

A falsa questão das doações a políticos

A Folha de S. Paulo vem insistindo no tema do financiamento das campanhas eleitorais. No final de semana, o jornal publicou uma série de matérias mostrando que deputados e senadores recebem doações para as suas campanhas de empresas relacionadas aos temas que elegem para trabalhar em seus mandatos. Assim, um deputado que integra a CPI das Armas, por exemplo, foi financiado pela indústria armamentista e o mesmo se deu com vários parlamentares. Ora, fatos como esses são absolutamente normais (e legais, segundo as normas em vigor): estranho seria as empresas financiarem os adversários de suas "causas", digamos assim. É óbvio que os deputados-candidatos buscam recursos entre empresas com as quais mantém algum tipo de relacionamento e é justo que, eleitos, defendam os interesses com os quais se comprometeram. A Folha sabe que não há ilegalidade alguma no que denuncia. A série de matérias na verdade revela apenas a hipocrisia do jornal, que vê o mundo repleto de "corruptos&

PMDB com Lula: qual a novidade?

Tudo mundo sabia que o PMDB acabaria dentro do governo de coalizão planejado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido sempre esteve no governo desde o final do regime militar, com exceção do curto período em que Collor presidiu o País, e não seria agora que ficaria de fora. A questão, portanto, está mal colocada na imprensa. Não importa saber se o PMDB vai dar ou não apoio ao governo Lula, o que realmente é relevante no momento é saber com que grau de unidade o partido vai marchar para o governo. Existe – e também sempre foi assim, inclusive durante os mandatos de Fernando Henrique – uma parcela de peemedebistas que prefere sempre ficar de fora do governo, cerrando fileira com seus amigos da oposição. Quando Cardoso era presidente, Roberto Requião, por exemplo, mais parecia um petista no Senado. Hoje, Jarbas Vasconcellos, senador eleito, mais parece um tucano. Aparentemente, a turma que está fechando o apoio a Lula representa algo como 90% do PMDB. Os 10% que estão contra a

Questão semântica

Charge do Agê, que estará no DCI desta quinta-feira

Boaventura de Sousa Santos: Lula e a esquerda

Este blog recomenda vivamente a leitura do artigo abaixo, de Boaventura de Sousa Santos, publicado nesta quarta-feira na Folha de S. Paulo. Trata-se de uma lúcida análise da situação que emerge após a reeleição do presidente Lula. A seguir, a íntegra do artigo. DEPOIS DA inesperada fragilidade revelada no primeiro turno, a vitória retumbante de Lula no segundo deixou o mundo estupefacto. É um acontecimento político notável, e o mérito cabe por inteiro a Lula. Só ele poderia reacender o entusiasmo da mobilização em milhares de militantes magoados e desiludidos pelos desacertos da sua política durante o primeiro mandato. Mas as razões do seu êxito são bem mais profundas e merecem reflexão. A vitória de Lula representa um "choque de realidade" para as elites políticas que governaram o Brasil até 2002. A distância e a arrogância que as separam do país real e a acumulação histórica de ressentimento que isso criou entre as classes populares não lhes permitiram aproveitar as fr

Começou a molecagem da oposição

O Senado aprovou na noite de terça-feira (21) um projeto de lei que cria o "13° salário" para o Bolsa Família. A proposta é de autoria do senador Efraim Moraes, do PFL, e tem como único objetivo constranger o presidente Lula, que terá de mobilizar sua base parlamentar na Câmara, para onde a proposta seguiu, e derrubar o projeto, uma vez que não há dinheiro para pagar o benefício. Em outras palavras, começou cedo a molecagem da oposição. É do jogo democrático este tipo de estratégia, mas talvez os oposicionistas estejam subestimando a inteligência dos brasileiros. Se durante toda a campanha deste ano próceres do PFL e do PSDB diziam que o Bolsa Família era um programa eleitoreiro, como explicar agora a ampliação da tal âncora que teria ajudado a eleger Lula? A oposição já virou cabo eleitoral do PT rumo a 2010? O povo já mostrou que não é tão bobo como imaginam os líderes do PFL, não acreditou em metade do que diziam sobre o "governo mais corrupto da história", é pr

Afif e Serra: juntos chegaremos lá?

Agora é oficial: o governador eleito José Serra (PSDB) nomeou para a secretaria do Trabalho o empresário Guilherme Afif Domingos (PFL). Afif foi candidato à presidência da República pelo PL, em 1989. Para quem era jovem demais na época ou esqueceu o jingle da campanha, tratava-se de uma melodia meio irritante, com o refrão "juntos chegaremos lá". Pela montagem do secretariado, já deu para sentir que Serra escolheu o PFL para tentar chegar lá em 2010. Resta saber se será junto com o PSDB ou se o governador paulista não acaba se mudando para o novo partido formado pelo PPS e outros nanicos, o MD (Movimento Democrático), como andam especulando por aí. Voltaremos ao assunto.

Jorge Rodini: sozinho, nem Pelé ganhou

O diretor do instituto Engrácia Garcia, Jorge Rodini, comenta hoje um assunto que conhece muito bem, até por já ter trabalhado em campanhas eleitorais no Estado: a política regional do Maranhão. Rodini escreve sobre o desenlace da eleição deste ano, em que Roseana Sarney entrou favorita e saiu derrotada, e comenta as declarações do marqueteiro do candidato vencedor, o pedetista Jackson Lago. A seguir, o texto de Rodini na íntegra: Quando um marqueteiro dá uma declaração a uma revista de penetração nacional, como a que Antônio Melo deu à Veja vangloriando-se da vitória estupenda de Jackson Lago no Maranhão, precisamos ter muito cuidado para analisá-la. O quadro pólítico maranhense adquiriu contornos plebiscitários em 2002. Como Ricardo Murad foi usado como "laranja" pelo grupo Sarney e como houve um grande erro estratégico da oposição buscando o apoio do candidato Roberto Rocha, retirando sua candidatura, o cargo foi dado de mão beijada ao candidato, na epoca sarneysista, Jos

Cardoso não gostou

A julgar por algumas reportagens publicadas nos jornais de hoje, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não gostou da tentativa de aproximação do presidente Lula com a oposição. Faz sentido. FHC também é um homem inteligente e certamente percebeu, com rapidez, a jogada de Lula, comentada aqui ontem - vide o post anterior. O problema agora é o tucanato arrumar uma desculpa razoável para não aceitar a oferta de diálogo do presidente. Se Cardoso ficar com esta história de que Lula quer criar um "factóide", passará a imagem de arrogante. A verdade é que Lula colocou a oposição numa sinuca de bico.

O flerte de Lula com a oposição

Alguns petistas mais aguerridos devem estar chateados com as recentes investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conquistar o apoio de parlamentares do PSDB e PFL. Neste fim de semana, por exemplo, Lula deu carona para diversos senadores, entre eles o amazonense Arthur Virgílio Neto, aquele tucano que um dia prometeu dar "uma surra" no presidente. A julgar pelos relatos dos jornais, a prosa foi boa e Lula prometeu chamar também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para uma conversa, a fim de constituir o tal Conselho da República, que reuniria os ex-presidentes em um órgão e caráter consultivo. Pode ser aborrecido para os petistas radicais, mas este movimento de estabelecer boa vizinhança com a oposição revela a esperteza de Lula. Ele sabe perfeitamente bem que o PSDB não tem um projeto alternativo ao seu e só não votaria temas de interesse do governo no Congresso se a radicalização que se instaurou na campanha eleitoral a partir do Dossiê Vedoin permanec

Cobertura do assassinato de idosos em
São Paulo lembrou o caso da Escola Base

Durou pouco, mas foi escandaloso. Na sexta-feira, o assassinato, em um bairro de classe média alta de São Paulo, de um casal de aposentados logo chamou atenção da imprensa. Os sites informativos começaram a noticiar o caso, que chocava pela violência praticada – o casal foi morto a facadas – e pela apressada conclusão do delegado Carlos Eduardo Martins, titular do 23º DP, de que o filho de Sebastião e Hilda Tavares, o escrevente Rogério Gonçalves Tavares, seria o principal suspeito de ter cometido o crime. Rogério havia sido encontrado com um ferimento no pescoço e foi levado a um hospital. Ao longo da tarde de sexta-feira, a maior parte dos sites tratou o escrevente como assassino. Nos jornais de sábado, embora a polícia tenha recuado e passado a tratá-lo também como vítima, Rogério Tavares continuou aparecendo nas reportagens como um suspeito de assassinar seus próprios pais. No domingo, porém, o caso foi finalmente solucionado. A Justiça decretou a prisão temporária do desempregado

Jorge Rodini: o rodapé da história

Aos poucos, o blog vai voltando à rotina. O intuito dessas Entrelinhas, é sempre bom lembrar, é o de oferecer um espaço para o debate sobre política e mídia. A participação dos colaboradores – o blog já tem a honra de contar com os cientistas políticos Wagner Iglecias e Ricardo Musse e o diretor do instituto Engrácia Garcia de pesquisas, Jorge Rodini – é salutar para que este debate ocorra. No comentário de hoje, Rodini comenta o cenário pós-eleitoral. Publicamos também o texto de Jorge Rodini enviado logo após as eleições e que em função das férias acabou não saindo. Embora se refira a um contexto que já parece distante, o texto continua vivo como explicação para a consagradora vitória do presidente nas urnas em 29 de outubro. A seguir, os dois comentários. O segundo mandato já começou, em clima de férias, porém também de negociações. Controladores de vôo descontrolados, deputados e senadores pensando em mudar de partido, o Presidente querendo consertar erros do início da gestão

Maestri 3: ginástica intelectual desnecessária

Continuando a dialogar com Mário Maestri: a sequência do artigo está totalmente baseada na premissa de que Lula vai adotar o programa do Déficit Nominal Zero. Se isto não acontecer, o raciocínio do professor cai por terra. Mas vamos supor que ele esteja certo e o programa seja adotado. Ainda assim, há outros pontos que merecem ser comentados. Vamos a eles. Diz Maestri: Mesmo golpeando ainda mais dramaticamente enormes parcelas da população, o governo espera que, com essas medidas, possa reduzir o desemprego, em torno a 15% na região metropolitana de São Paulo, caso o país alcance taxas de desenvolvimento médias superiores ao cinco por cento do PIB, como afirma que fará já em 2007, ainda que ninguém acredite na seriedade da promessa, sobretudo após o fraco desempenho da economia em 2006. A retomada da expansão econômica ensejaria a conquista do consenso ou, ao menos, da neutralidade, dos segmentos sociais incluídos no mercado de trabalho, facilitando a gestão dos excluídos, total ou par

Maestri 2: equívocos nas premissas

Seguindo no debate com o professor Mário Maestri: Qualidade diferencial importante em contexto econômico que, no mínimo, não repetirá a excelência anterior, devido à esperada retração da economia estadunidense e queda de ritmo da expansão chinesa, grandes locomotivas dos anos de glória para o comércio internacional sob os quais transcorreu o primeiro quadriênio lulista. A análise de Maestri se baseia em duas premissas sobre as quais este blog não tem muita segurança de estarem corretas. A primeira está acima. É verdade que a economia americana pode estar iniciando um ciclo de retração? É claro que sim, mas os economistas divergem sobre o alcance deste movimento. Já a queda da expansão chinesa não chega a ser uma unanimidade. É provável que a economia internacional não tenha uma performance tão favorável quanto nos últimos anos, mas também é perfeitamente possível que o cenário continue favorável. Neste caso, visto que não será necessário "arrumar a casa", como foi feito em 2

Maestri 1: esquerda do PT x PSOL/PSTU

Os trechos do texto de Mário Maestri seguirão em corpo normal e os palpites do blog, em azul. Vamos aos comentários. Nas eleições apenas concluídas, o que valeu mesmo foi a nota preta, como assinalam sem pudor os dados publicados pela grande imprensa. As urnas reelegeram sem dificuldades eminências petistas acusadas de corrupção, que gastaram comumente mundos e fundos na campanha, e dizimaram a social-democracia de esquerda, sem o mesmo acesso franco aos grandes doadores – DS, Articulação de Esquerda, Força Socialista, O Trabalho, etc. O professor comete aqui duas injustiças no mesmo parágrafo. Várias "eminências petistas" envolvidas com o escândalo do mensalão não se elegeram (Professor Luizinho, João Magno e Josias Gomes) e não dá para comparar a performance das tendências de esquerda do PT com o desempenho dos governistas do partido. Muito mais correto seria comparar o desempenho de cada uma dessas tendências com o PSOL e PSTU. Neste caso, restaria provado que permanecer n

Mário Maestri: Deixem o homem trabalhar

O professor Mário Maestri é um dos melhores textos da esquerda radical hoje no Brasil. Dizem que para escrever bem, é preciso pensar bem, mas há contra-exemplos notáveis no jornalismo brasileiro, em que tanta gente simplesmente não pensa, mas escreve com grande talento. No caso de Maestri, pensamento e talento para o texto correm juntos e vale a pena ler a íntegra do artigo que ele enviou para o Correio da Cidadania , reproduzido abaixo. Este blog não concorda com tudo que está dito, mas recomenda vivamente a leitura. Após o texto na íntegra, as próximas notas seguirão com comentários de alguns trechos mais relevantes. Após repetir o receituário neoliberal instaurado por FHC e as pífias taxas de crescimento do PIB e das condições gerais de vida da população, Lula da Silva conheceu indiscutível consagração no segundo turno eleitoral que desorganizou a oposição da direita antiga e da esquerda nova. No frigir dos ovos eleitorais, Lula da Silva e seu governo terminaram sendo referendados

Primeiras impressões

Finalmente, após o ócio remunerado que a legislação trabalhista ainda nos permite, estamos de volta. Foram 15 dias fora do Brasil, 12 deles passados viajando pela ex-metrópole e 3 em Madrid. A primeira impressão do regresso é a de que quase nada se passou nesse período pós-eleitoral. O problema dos aeroportos continua nas manchetes e a montagem da equipe do presidente reeleito caminha lentamente – o que era de se esperar –, mas a primeira leitura dos jornais revela que a virulência da oposição diminuiu substancialmente, como atesta a entrevista com Antonio Carlos Magalhães na Folha de S. Paulo de quinta-feira. A história do dossiê parece ter simplesmente sumido do noticiário e provavelmente boa parte dos brasileiros já não se lembra mais o nome dos "aloprados" do PT. Tudo isto, porém, era muito previsível: a vitória de Lula foi suficientemente forte para botar os oposicionistas mais radicais, pelo menos em um primeiro momento, no ostracismo. Novidade mesmo desde que o blog

Terra à vista...

O Entrelinhas está voltando: nesta quinta-feira, o blog retoma a rotina, após duas semanas de ócio do titular destas mal traçadas. E vamos voltar com novidades. Aguardem. A todos que escreveram cobrando as atualizaçoes neste período, agradeço pela audiencia!!!