Abertura da Newsletter da LAM Comunicação desta semana. Boa leitura a todos e todas, ótimo final de semana.
A pandemia segue firme, teimosa, matando mais que o esperado, mas outros fatos, na política e na economia, vão ganhando importância, com um desenvolvimento paralelo, ainda que de certa maneira relacionados com a situação trágica na saúde, em todo o planeta. Mortos vão sendo enterrados e os vivos começam a dar as caras nas ruas para reagir e protestar. Nos Estados Unidos e no Brasil, a semana que passou foi quente, muito quente.
Desde a morte do segurança George Floyd, os EUA assistem a talvez o maior movimento de ruas desde o assassinato de Martin Luther King Jr. ou da guerra do Vietnã. Em diversas cidades, o pau comeu feio, com violência por parte dos que protestavam e dos que reprimiam os protestos. Por aqui, o clima esquentou no domingo passado – e deverá esquentar neste domingo, 7/6, de novo – com as manifestações das torcidas organizadas do Palmeiras e Corinthians em São Paulo, na icônica Avenida Paulista, a favor da democracia e contra o facismo, e as em defesa do governo Bolsonaro. A Polícia Militar paulista, das mais inábeis do país para lidar com atos de rua, interviu e a coisa descambou para violência também. Ironia das ironias, Bolsonaro uniu torcidas rivais em São Paulo, quase inimaginável ver palmeirenses e corintianos juntos.
Nos EUA, Donald Trump foi incisivo ao não apresentar qualquer sinal de empatia com a vítima de um assassinato brutal, insuflando assim a reação dos jovens, negros, latinos e brancos indignados com o que havia acontecido em Minneapolis. Por aqui, Jair Bolsonaro saiu dizendo que os antifascistas são “marginais e terroristas”, seguindo assim o exemplo de Trump: a aposta de ambos é falar para os seus, ignorar não apenas os oposicionistas, mas a massa de pessoas que não tem posição política definida e sempre oscila entre os extremos. Ou seja, a aposta é no confronto, no embate.
Trump tem uma eleição pela frente neste ano, começa a correr sérios riscos de não se reeleger, o que não seria inédito, mas é raro nos EUA, país em que as eleições com o presidente no cargo são mero referendo da gestão. Bolsonaro tem mais tempo e joga com este fator. O clima pode melhorar, a pandemia vai passar e a crise que se avizinha poderá ter uma recuperação mais rápida do que as previsões pessimistas, de maneira que em 2022 a situação será muito diferente da que estamos vivendo agora. Este é o cálculo político do presidente, está cada dia mais claro. O problema desta aposta é que há muitos condicionantes e o humor da população vai piorando a cada morte por Covid-19, a cada redução no valor da ajuda emergencial, enfim, a da notícia ruim, e todo dia há alguma. Jogo aberto, lá e cá. (Luiz Antonio Magalhães em 6/6/20)
A pandemia segue firme, teimosa, matando mais que o esperado, mas outros fatos, na política e na economia, vão ganhando importância, com um desenvolvimento paralelo, ainda que de certa maneira relacionados com a situação trágica na saúde, em todo o planeta. Mortos vão sendo enterrados e os vivos começam a dar as caras nas ruas para reagir e protestar. Nos Estados Unidos e no Brasil, a semana que passou foi quente, muito quente.
Desde a morte do segurança George Floyd, os EUA assistem a talvez o maior movimento de ruas desde o assassinato de Martin Luther King Jr. ou da guerra do Vietnã. Em diversas cidades, o pau comeu feio, com violência por parte dos que protestavam e dos que reprimiam os protestos. Por aqui, o clima esquentou no domingo passado – e deverá esquentar neste domingo, 7/6, de novo – com as manifestações das torcidas organizadas do Palmeiras e Corinthians em São Paulo, na icônica Avenida Paulista, a favor da democracia e contra o facismo, e as em defesa do governo Bolsonaro. A Polícia Militar paulista, das mais inábeis do país para lidar com atos de rua, interviu e a coisa descambou para violência também. Ironia das ironias, Bolsonaro uniu torcidas rivais em São Paulo, quase inimaginável ver palmeirenses e corintianos juntos.
Nos EUA, Donald Trump foi incisivo ao não apresentar qualquer sinal de empatia com a vítima de um assassinato brutal, insuflando assim a reação dos jovens, negros, latinos e brancos indignados com o que havia acontecido em Minneapolis. Por aqui, Jair Bolsonaro saiu dizendo que os antifascistas são “marginais e terroristas”, seguindo assim o exemplo de Trump: a aposta de ambos é falar para os seus, ignorar não apenas os oposicionistas, mas a massa de pessoas que não tem posição política definida e sempre oscila entre os extremos. Ou seja, a aposta é no confronto, no embate.
Trump tem uma eleição pela frente neste ano, começa a correr sérios riscos de não se reeleger, o que não seria inédito, mas é raro nos EUA, país em que as eleições com o presidente no cargo são mero referendo da gestão. Bolsonaro tem mais tempo e joga com este fator. O clima pode melhorar, a pandemia vai passar e a crise que se avizinha poderá ter uma recuperação mais rápida do que as previsões pessimistas, de maneira que em 2022 a situação será muito diferente da que estamos vivendo agora. Este é o cálculo político do presidente, está cada dia mais claro. O problema desta aposta é que há muitos condicionantes e o humor da população vai piorando a cada morte por Covid-19, a cada redução no valor da ajuda emergencial, enfim, a da notícia ruim, e todo dia há alguma. Jogo aberto, lá e cá. (Luiz Antonio Magalhães em 6/6/20)
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