Abertura da Newsletter da LAM Comunicação desta semana. Boa leitura a todos!
O clima esquentou de forma definitiva em Brasília na última quinta-feira, 18/6, com a prisão, logo cedo, do notório Fabrício Queiroz, ex-assessor da família Bolsonaro, encontrado na casa do advogado do senador Flávio, Frederick Wassef, em Atibaia, interior de São Paulo. No mesmo dia, foi anunciada a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que na sexta-feira voou para os Estados Unidos usando seu passaporte diplomático, prerrogativa de ministro de Estado, o que supostamente ele já não seria, mas sua demissão só apareceu no Diário Oficial da União após o desembarque em Miami, causando espécie, uma vez que o ex-ministro é réu em alguns processos e poderia eventualmente ser preso no Brasil, já que não teria mais o foro privilegiado que o cargo permite.
A soma dos dois fatos revela, como escrito aqui praticamente toda semana, que este é um governo em permanente ebulição e crise, não há uma semana sequer de tranquilidade há muito tempo, talvez desde o início da pandemia do Covid-19, que as principais autoridades da República desdenham. Nesta semana, vale lembrar, o Brasil atingiu um milhão de casos confirmados e, no sábado, bateu a marca de 50 mil mortos. E seguimos sem ministro da Saúde, com um militar ocupando interinamente a vaga.
Apesar de tudo isto, o presidente Jair Bolsonaro não se abala, reforçando o discurso de vítima da mídia, em especial da TV Globo, mensagem que ainda chega com eficiência na sua base de apoiadores. A questão central agora é o comportamento de Queiroz na prisão, em especial se sua mulher e filha também forem capturadas. A delação premiada do suposto laranja de Flávio em esquemas de rachadinha no Rio de Janeiro pode abalar não apenas o senador como também o presidente, em especial se ele prestar informações sobre a morte de Marielle Franco, envolvimento da família Bolsonaro com milicianos e, claro, a existência de esquema semelhante no gabinete de Jair durante seus mandatos de deputado federal. Afinal, o que sustenta a popularidade do presidente é a áura de honestidade e os valores morais (família, heterossexualidade, defesa dos religiosos, em especial).
Os próximos dias serão cruciais para o futuro da atual gestão. A erosão da base parlamentar já começou, há tensão com o judiciário e o apoio popular pode ruir. Se a aprovação do governo cair abaixo de 20%, o afastamento de Bolsonaro do Planalto pode ocorrer até mais rapidamente que o esperado. (por Luiz Antonio Magalhães em 20/6/20)
O clima esquentou de forma definitiva em Brasília na última quinta-feira, 18/6, com a prisão, logo cedo, do notório Fabrício Queiroz, ex-assessor da família Bolsonaro, encontrado na casa do advogado do senador Flávio, Frederick Wassef, em Atibaia, interior de São Paulo. No mesmo dia, foi anunciada a demissão do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que na sexta-feira voou para os Estados Unidos usando seu passaporte diplomático, prerrogativa de ministro de Estado, o que supostamente ele já não seria, mas sua demissão só apareceu no Diário Oficial da União após o desembarque em Miami, causando espécie, uma vez que o ex-ministro é réu em alguns processos e poderia eventualmente ser preso no Brasil, já que não teria mais o foro privilegiado que o cargo permite.
A soma dos dois fatos revela, como escrito aqui praticamente toda semana, que este é um governo em permanente ebulição e crise, não há uma semana sequer de tranquilidade há muito tempo, talvez desde o início da pandemia do Covid-19, que as principais autoridades da República desdenham. Nesta semana, vale lembrar, o Brasil atingiu um milhão de casos confirmados e, no sábado, bateu a marca de 50 mil mortos. E seguimos sem ministro da Saúde, com um militar ocupando interinamente a vaga.
Apesar de tudo isto, o presidente Jair Bolsonaro não se abala, reforçando o discurso de vítima da mídia, em especial da TV Globo, mensagem que ainda chega com eficiência na sua base de apoiadores. A questão central agora é o comportamento de Queiroz na prisão, em especial se sua mulher e filha também forem capturadas. A delação premiada do suposto laranja de Flávio em esquemas de rachadinha no Rio de Janeiro pode abalar não apenas o senador como também o presidente, em especial se ele prestar informações sobre a morte de Marielle Franco, envolvimento da família Bolsonaro com milicianos e, claro, a existência de esquema semelhante no gabinete de Jair durante seus mandatos de deputado federal. Afinal, o que sustenta a popularidade do presidente é a áura de honestidade e os valores morais (família, heterossexualidade, defesa dos religiosos, em especial).
Os próximos dias serão cruciais para o futuro da atual gestão. A erosão da base parlamentar já começou, há tensão com o judiciário e o apoio popular pode ruir. Se a aprovação do governo cair abaixo de 20%, o afastamento de Bolsonaro do Planalto pode ocorrer até mais rapidamente que o esperado. (por Luiz Antonio Magalhães em 20/6/20)
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