Uma nova rodada de pesquisas, desta vez do instituto Datafolha, reforça as análises já feitas neste blog, sobre o quadro político nacional. Faltando 28 dias para as eleições municipais, os candidatos da base aliada lideram em 20 das 26 capitais. Se isto fosse pouco – em 2004 eram apenas 11 os candidatos da base que lideravam –, é preciso olhar com atenção para os oposicionistas que estão na frente. Como revela a ótima reportagem da Folha de S. Paulo sobre o assunto, há vários candidatos do DEM e PSDB garantindo na campanha que têm apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até Gilberto Kassab (DEM), que não pode propriamente brigar pelo apoio de Lula, faz questão de dizer que tem sido um "ótimo parceiro" do presidente e que esta parceria vai continuar, caso seja reeleito na capital paulista.
Pode parecer incrível, mas não há no país hoje, salvo no âmbito dos nanicos da ultra-esquerda, uma oposição contundente ao governo Lula. Nem mesmo ACM Neto em Salvador bate mais forte no presidente, como seria até natural – na Câmara o deputado democrata é o líder da oposição.
Com aprovação superior aos 60%, o presidente está se tornando uma espécie de unanimidade na campanha: só aparece fazendo o bem e com o objetivo angariar mais votos aos candidatos que o colocam na tela da TV. E olhando as capitais mais importantes do país, os candidatos da base de Lula podem vencer em Porto Alegre (com Fogaça, Manuela ou Maria do Rosário - PSDB e DEM estão fazendo um papel ridículo, com percentual de votos de nanicos na capital gaúcha), Rio (com Paes ou Crivella), Belo Horizonte (Márcio Lacerda deve levar já no primeiro turno), Recife (idem para João da Costa) e até em Salvador, onde o tucano Imbassahy está em queda e os candidatos do PMDB e PT, em ascensão.
Tudo isto posto, a eleição na capital paulista merece um comentário à parte. Apesar de Alckmin e Kassab evitarem, até aqui, "nacionalizar" a disputa, é óbvio que uma vitória de Marta Suplicy vitamina o PT para a eleição de 2010, inclusive trazendo a própria prefeita, se eleita, para o páreo presidencial. Uma vitória de Kassab, por outro lado, seria fundamental para as pretensões eleitorais do governador José Serra (PSDB), ao passo que se Geraldo Alckmin for o vitorioso Serra sofrerá uma derrota talvez maior até do que se Marta for eleita, a julgar pelo clima belicoso existente hoje no PSDB.
Assim, vale a pena analisar com mais profundidade o cenário revelado pelas pesquisas. Desde que chegou ao patamar de 40%, Marta não caiu mais, apesar de ter virado alvo preferencial de Kassab e Alckmin no programa eleitoral. De fato, a candidata parece ter esses 40% bem consolidados e se mostra muito resistente às críticas dos adversários. No bloco intermediário, Kassab vem roubando cerca de 2 a 3 pontos percentuais do eleitorado de Alckmin a cada semana. Já está empatado tecnicamente com o tucano e se a tendência permanecer, vai ultrapassá-lo já na próxima semana. Isto, porém, pode não acontecer se o ex-governador tiver um "piso" eleitoral de, digamos, 20%. Neste caso, para crescer e ultrapassar Alckmin o prefeito vai precisar roubar votos de Marta (o que é bastante improvável) ou de Paulo Maluf (pode acontecer, embora a fidelidade dos malufistas também seja grande). Não dá, neste momento, para fazer previsões acuradas sobre o que vai acontecer, mas as tendências são mais favoráveis a Kassab do que a Alckmin, que está em viés de baixa, para usar uma analogia do mercado financeiro.
As simulações de segundo turno mostram que Marta não terá vida fácil pela frente. Com Alckmin, há empate técnico e com Kassab, a diferença, a favor da petista, é hoje de 7 pontos – já foi mais do que o dobro disto menos de dois meses atrás. Em tese, seria mais fácil para a ex-prefeita enfrentar Kassab do que Alckmin, mas talvez isto seja apenas ilusão. Se Alckmin conseguir passar para o segundo turno, chegará com a candidatura em frangalhos, pouco dinheiro e um apoio apenas "pro-forma" de Serra – nos bastidores há quem diga que o governador realmente prefere Marta ao seu correligionário. Já Gilberto Kassab enfrentaria Marta com o apoio entusiasmado de Serra, em ascensão e sem problemas financeiros de qualquer ordem. Nos dois casos, é possível e até mais provável, hoje, que a petista saia vitoriosa, especialmente se Lula, com 50% de avaliação "ótimo e bom" na capital (contra 39% de Serra), voltar a pedir votos para a candidata petista. Não será, porém, uma vitória fácil. No fundo, para Marta o melhor mesmo seria obter mais 4 ou 5 pontos, talvez entre os indecisos ou eleitores de Soninha e Ivan Valente, que somam 4%, e matar a disputa no primeiro turno. Porque no segundo, a oposição vai ter que mostrar os dentes se quiser manter o controle da maior cidade do país.
Pode parecer incrível, mas não há no país hoje, salvo no âmbito dos nanicos da ultra-esquerda, uma oposição contundente ao governo Lula. Nem mesmo ACM Neto em Salvador bate mais forte no presidente, como seria até natural – na Câmara o deputado democrata é o líder da oposição.
Com aprovação superior aos 60%, o presidente está se tornando uma espécie de unanimidade na campanha: só aparece fazendo o bem e com o objetivo angariar mais votos aos candidatos que o colocam na tela da TV. E olhando as capitais mais importantes do país, os candidatos da base de Lula podem vencer em Porto Alegre (com Fogaça, Manuela ou Maria do Rosário - PSDB e DEM estão fazendo um papel ridículo, com percentual de votos de nanicos na capital gaúcha), Rio (com Paes ou Crivella), Belo Horizonte (Márcio Lacerda deve levar já no primeiro turno), Recife (idem para João da Costa) e até em Salvador, onde o tucano Imbassahy está em queda e os candidatos do PMDB e PT, em ascensão.
Tudo isto posto, a eleição na capital paulista merece um comentário à parte. Apesar de Alckmin e Kassab evitarem, até aqui, "nacionalizar" a disputa, é óbvio que uma vitória de Marta Suplicy vitamina o PT para a eleição de 2010, inclusive trazendo a própria prefeita, se eleita, para o páreo presidencial. Uma vitória de Kassab, por outro lado, seria fundamental para as pretensões eleitorais do governador José Serra (PSDB), ao passo que se Geraldo Alckmin for o vitorioso Serra sofrerá uma derrota talvez maior até do que se Marta for eleita, a julgar pelo clima belicoso existente hoje no PSDB.
Assim, vale a pena analisar com mais profundidade o cenário revelado pelas pesquisas. Desde que chegou ao patamar de 40%, Marta não caiu mais, apesar de ter virado alvo preferencial de Kassab e Alckmin no programa eleitoral. De fato, a candidata parece ter esses 40% bem consolidados e se mostra muito resistente às críticas dos adversários. No bloco intermediário, Kassab vem roubando cerca de 2 a 3 pontos percentuais do eleitorado de Alckmin a cada semana. Já está empatado tecnicamente com o tucano e se a tendência permanecer, vai ultrapassá-lo já na próxima semana. Isto, porém, pode não acontecer se o ex-governador tiver um "piso" eleitoral de, digamos, 20%. Neste caso, para crescer e ultrapassar Alckmin o prefeito vai precisar roubar votos de Marta (o que é bastante improvável) ou de Paulo Maluf (pode acontecer, embora a fidelidade dos malufistas também seja grande). Não dá, neste momento, para fazer previsões acuradas sobre o que vai acontecer, mas as tendências são mais favoráveis a Kassab do que a Alckmin, que está em viés de baixa, para usar uma analogia do mercado financeiro.
As simulações de segundo turno mostram que Marta não terá vida fácil pela frente. Com Alckmin, há empate técnico e com Kassab, a diferença, a favor da petista, é hoje de 7 pontos – já foi mais do que o dobro disto menos de dois meses atrás. Em tese, seria mais fácil para a ex-prefeita enfrentar Kassab do que Alckmin, mas talvez isto seja apenas ilusão. Se Alckmin conseguir passar para o segundo turno, chegará com a candidatura em frangalhos, pouco dinheiro e um apoio apenas "pro-forma" de Serra – nos bastidores há quem diga que o governador realmente prefere Marta ao seu correligionário. Já Gilberto Kassab enfrentaria Marta com o apoio entusiasmado de Serra, em ascensão e sem problemas financeiros de qualquer ordem. Nos dois casos, é possível e até mais provável, hoje, que a petista saia vitoriosa, especialmente se Lula, com 50% de avaliação "ótimo e bom" na capital (contra 39% de Serra), voltar a pedir votos para a candidata petista. Não será, porém, uma vitória fácil. No fundo, para Marta o melhor mesmo seria obter mais 4 ou 5 pontos, talvez entre os indecisos ou eleitores de Soninha e Ivan Valente, que somam 4%, e matar a disputa no primeiro turno. Porque no segundo, a oposição vai ter que mostrar os dentes se quiser manter o controle da maior cidade do país.
A eleição de São Paulo tinha Alckmin como favoritíssimo. O PSDB já contava com essa vitória. Hoje, é incrível constatar que o picolé pode nem ir para o segundo turno... Seria uma derrota retumbante para Alckmin! Acho que seria melhor para a Marta enfrentar Kassab no segundo turno. Isso porque a rejeição do tucano é baixa, e isso poderia atrapalhar bastante. De qualquer forma, Marta terá uma batalha duríssima daqui pra frente.
ResponderExcluirO PT deve ganhar no primeiro turno em Vitória, Recife, Fortaleza, Rio Branco e Porto Velho; tem grandes de chances de vencer no segundo turno em São Paulo, Salvador, Natal, Porto Alegre e Macapá. Como vice, o PT vai ganhar em Belo Horizonte (com o PSB) e em Goiânia (com o PMDB). Sem dúvida o PT será o partido que sairá mais fortalecido destas eleições. E o político que sairá mais fortalecido destas eleições, apesar de não ser candidato, é o presidente Lula.
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