Nesta quinta-feira, as bolsas de valores fecharam em alta, com os investidores animados (ou aliviados) com o anúncio de uma ajuda de mais US$ 200 bilhões, pelo Fed e outros 5 bancos centrais, às instituições financeiras em dificuldade. Na prática, é uma espécie de Proer: o contribuinte paga a conta da farra dos banqueiros. O problema todo é que sem a ajuda, o contribuinte também acabaria pagando o pato porque a falência do sistema financeiro desorganizaria toda a economia, com consequências imprevisíveis. Assim, dá para entender a lógica do Fed em salvar a pele de algumas instituições, o que não dá para aceitar é a turma que dirige irresponsavelmente as tais instituições não serem duramente penalizadas...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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