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Dica da Semana: Missão no Mar Vermelho, filme, Netflix

Da Newsletter da LAM Comunicação.

Elenco de primeira segura ação baseada em fatos reais 

Sem muito o que fazer no final do ano por conta da pandemia, que não permitiu neste ano a tradicional descida ao litoral para pular as sete obrigatórias ondinhas, o autor destas mal traçadas linhas resolveu assistir séries e filmes do canal de streaming líder de mercado. E escolheu meio aleatoriamente Missão no Mar Vermelho logo na véspera de Natal. Pois acertou, o filme é sensacional, baseado em fatos que aconteceram na virada dos anos 70 para os 80 do século passado. Retrata uma operação de alto risco empreendida pelas forças de inteligência de Israel para levar ao país judeus negros oriundos da Etiópia.

Com um elenco acima da média - Chris Evans, Greg Kinnear, Haley Bennett, Alessandro Nivola, Michael Kenneth Williams, Ben Kingsley e Mbulelo Grootboom -, o filme prende do começo ao fim. Verdade que a crítica apontou erros na história relatada, mas como todo filme baseado em fatos históricos, trata-se de uma adaptação, não de um documentário. 

A trama começa em 1977, quando a Mossad, agência de inteligência israelense, recebe a missão do primeiro-ministro de resgatar um grupo de etíopes em meio a uma guerra civil sangrenta no país, e levá-los para Israel. Enquanto isso, Ari Kidron (Chris Evans), agente israelense, reúne um grupo de pessoas para formar uma equipe de alto nível.

Dirigido por Gideon Raff (Rastros de um Crime), o filme se passa mais no Sudão do que na Etiópia. É lá que os israelenses alugam um hotel, o Mar Vermelho Resort, daí o nome do filme,  para servir de base da operação de resgate. Vizinho ao país em que os judeus negros estavam, o Sudão era uma nação muçulmana e corrupta, o que fica claro na cena em que o valor do aluguel é fechado com o ministro do Turismo local. Propina, claro, em uma das cenas mais hilárias da fita. 

Vale elogiar também a fotografia, impecável, e figurino, que retrata muito bem o estilo dos anos 1970/80. Mas o mais interessante mesmo é a história em si. Um esforço humanitário muito interessante dos israelenses, sem qualquer proveito outro que não o de resgatar os refugiados. Uma missão corajosa, que custou dinheiro e recursos estratégicos, sem qualquer benefício senão o de aparecer na mídia como bons moços. 

Vale também pelo retrato impecável de uma África sempre atrasada, sem a menos infraestrutura, continente esquecido e que ainda hoje precisa de investimentos para crescer e oferecer uma vida digna a seus cidadãos.

Tudo somado, trata-se de um bom filme, com lances de humor, meio sarcásticos, e também uma história que vale a pena conhecer. O mundo já foi muito diferente, guerras foram travadas nos bastidores, gente viveu e morreu por causas estranhas, mas em um tempo em que o Congresso dos Estados Unidos é invadido, vale a penas assistir a um filme que retrata uma trama de salvação de um povo, sem contrapartidas. Os judeus negros da Etiópia parecem deslocados, mas talvez porque tenham sempre estado deslocados, um povo que procurava uma identidade e foi buscar em Jerusalém as suas raízes.

Ironicamente, sem spoilers aqui, o pior do filme é justamente o final, quando os EUA protagonizam uma última cena irreal, podia perfeitamente ter sido filmada de outra forma, porque nem é crível, parece uma forçada de barra ou agrado aos patrocinadores. Se foi da forma retratada é difícil acreditar. #ficaadica e um feliz ano novo a todos e todas!  (Por Luiz Antonio Magalhães em 9/1/21)




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