Pular para o conteúdo principal

Rodini relata iniciativa inédita em Ribeirão

O que vai abaixo é mais uma colaboração de Jorge Rodini, diretor do instituto Engrácia Garcia de pesquisas, para o Entrelinhas. É uma notícia e tanto, coisa raríssima de se ver na política nacional. Vale a pena conferir.

A Câmara Municipal de Ribeirão Preto (SP) aprovou um projeto que revoga o nome de José Sarney dado a um viaduto que corta a cidade quando o mesmo era presidente da República. Foi aprovado por 17 votos, com duas abstenções. Mesmo o presidente da Câmara, Cícero Gomes, que é do PMDB, não foi contra o projeto.
A justificativa dada pelo autor do projeto Walter Gomes (PR) é que a denominação bigodiana macula e suja o nome da grande cidade, em função do envolvimento do senador maranhense em escândalos caudalosos.
Quer a Câmara denominar o viaduto de Jandyra Camargo Moquenco, a nossa Dona Jandyra, a primeira linotipista do Brasil. Falta a sanção da Prefeita Darcy Vera (DEM).
Morando em Ribeirão desde que nasci e conhecendo São Luis do Maranhão muito bem, posso assegurar que a câmara ribeirãopretana deu uma bola dentro. A capital maranhense tem nomes da "famiglia" por todo lado, em incontávesis prédios públicos, espalhados pela linda cidade.
Melhor faria o governo maranhense, sempre familiar, denominar as escolas estaduais com o nome em questão. Honraria o estado de petição de miséria em que se encontram. Escolas sem banheiros, sem cadeiras, esfarinhadas, que não cumprem o papel que compete a elas. Centenas de escolas sarneyzianas disseminadas pelo estado emolduram o cenário da péssima qualidade de ensino do Maranhão.
Aqui em Ribeirão, esperamos, viaduto Sarney nunca mais. E no Maranhão? Quem esperar verá.

Comentários

  1. A primeira linotipista? Falem mais sobre isto!

    ResponderExcluir
  2. Gostei muito de saber desta notícia, especialmente porque ela contrasta com a atitude das representações estudantis à respeito do "Fora Sarney" que a Câmara de Ribeirão realiza. É que eu me surpreendi com a convocação dos presidentes dos centros acadêmicos de duas das mais importantes faculdades de Direito do Estado de São Paulo, o 11 de Agosto do Largo de São Francisco e o 22 de Agosto da PUCSP, que em artigo publicado na Folha de sexta passada, dia 02/10, convocaram para uma passeata "Fora Sarney" no sábado. Compareci e constatei que não havia outras representações estudantis além destas. Será que o aparelhamento dos centros acadêmicos pelos partidos da base governista transformaram-os em correia de transmissão dos interesses do Chefe do Governo e do Estado? Será por isso?
    Marcos Peixoto Mello Gonçalves

    ResponderExcluir
  3. Ué!! Cadê a pausa esportiva???? Cadê o time q há 4 rodadas atrás iria ser líder em duas e ja estava campeão???

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue...

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...